Inerte em meses de discursos de ódio e ataques contra e a favor do impeachment de Dilma Roussef, o vice-presidente Michel Temer, candidato a ganhar o cargo na base do impedimento da presidente, iniciou de forma antecipada uma pregação sobre “um governo de salvação nacional”, com “pacificação” e a “reunificação” do país.
O discurso está em um áudio de vazou contra a vontade de Temer e foi apresentado depois por sua assessoria como um “ensaio”. O pedido para instauração do processo de impeachment ainda tramita na Câmara.
Nesta segunda entra em votação o relatóirio que defende o impeachment na comissão especial criada para analisar o caso. Aprovado ou não o relatório, o pedido ainda vai para o plenário da Câmara.
Temer inicia a gravação afirmando que se dirige ao povo brasileiro sobre alguns temas que devem ser “enfrentados” por ele. O vice-presidente destaca que deve ter “muita cautela” porque há um mês se recolheu para não “aparentar” que estaria trabalhando para ocupar o lugar da presidente Dilma.
Ao dizer que foi procurado por “muitos que estão aflitos” com a situação do país, o peemedebista monta sua fala com base na eventual aprovação do impeachment de Dilma.
“Agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente, muitos me procuraram para que desse, pelo menos, uma palavra preliminar à nação brasileira, o que faço com modéstia, cautela e muita moderação, mas também em face da minha condição de vice e naturalmente substituto constitucional da senhora presidente”, afirma Temer no áudio antecipado.