Quase uma semana depois de pichações racistas com ofensas a mulheres e um professor da Unesp de Bauru, a reação veio em forma de organização de ações oficiais e respostas nada oficiais em cartazes e pichações contra racismo, preconceito e racistas.
Uma comissão deve ficar responsável por investigar o caso, fazer a denúncia oficial do acontecido à polícia e procurar os culpados. Além disso, deve provocar amplo debate sobra ações de conscientização, prevenção e reação contra o racismo.
Cartazes e pichações foram afixados em diferentes pontos da universidade, inclusive no banheiro onde foram deixados os ataques na sexta-feira passada.
Usam frases de lideranças como Nelson Mandela, símbolo da reação contra racismo na África do Sul, e Malcom X, que comandou movimento de reação contra racismo nos Estados Unidos.
As pichações deram ao caso uma visibilidade nacional e popularizaram a atuação, o trabalho e ideias de um professor colocado no olho do furacão: Juarez de Paula Xavier, coordenador do Nupe (Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão).
O docente revelou que haverá uma discussão específica sobre racismo na universidade realizada pelo Nupe, no dia 12 de agosto, durante a XVII Jornada Multidisciplinar, evento que ocorrerá na Central de Salas da Unesp em Bauru.
Outras ações como debates, palestras e grupos de discussão deverão acontecer no futuro, especialmente em novembro, mês da consciência negra. As ideias em relação aos próximos passos também serão discutidas na congregação de hoje.
As ofensas diziam “Unesp cheia de macacos fedidos”, “Negras fedem” e “Juarez macaco”. A reação fala em “racistas otários, nos deixem em paz” ou “eu, mulher preta, resisto”.
A reação também lançou a tag #aunespvaificarpreta, assinatura usada para os cartazes espalhados pelo campus.