
Ex-presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro e mais sete pessoas ligadas a ele viram réus em processo que investiga denúncia de tentativa de golpe de Estado.
A decisão é da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) e saiu na manhã desta quarta-feira no segundo dia de audiências do caso.
Todos os cinco ministros que integram a turma votaram para aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Representa dizer que todos passam a responder a um processo judicial penal que pode levar a condenações com penas de prisão.
Voto longo
Esses oito nomes compõem o chamado “núcleo crucial” da tentativa de ruptura democrática, segundo a PGR.
Os ministros acompanharam o voto do relator, Alexandre de Moraes, que levou 1h50 para apresentar todas as informações.
Concluiu que a denúncia faz descrição satisfatória do que seria uma organização criminosa, com divisão de tarefas e hierarquia.
Afirmou que Bolsonaro liderou uma estrutura que usou mentiras sobre o sistema eleitoral para instigar o golpe.
‘Não houve domingo no parque’
E que o grupo agiu de forma coordenada até janeiro de 2023 para abalar o Estado Democrático de Direito.
“Não houve um domingo no parque”, disse Moraes, ao exibir vídeos da invasão aos Três Poderes no 8 de Janeiro;
O ministro Flávio Dino disse que a materialidade dos crimes está evidente. “A conduta é tentar. Se fosse consumado, não teria juízes pra julgar”;
A PGR acusa Bolsonaro e aliados de formar uma organização criminosa para promover a ruptura democrática.
Veja abaixo a lista dos réus
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.