Sete meses depois de o padre Vicente de Paula Gomes ser afastado de suas atividades por abençoar uma união homoafetiva de dois homens em Assis, grupos de fiéis retomam nas redes sociais campanhas em defesa do pároco com pedido para seu retorno.
As tag #somostodospadrevicente, #voltapadrevicente e #voltalogopadrevicente voltaram a circular em dezenas de comentários, postagens de fiéis e mensagens que criticam o afastamento e acusam preconceito na medida.
A campanha nasceu em dezembro de 2019, logo que o padre foi afastado. Mas ficou selenciada até o início deste mês, quando o caso completa sete meses. Já reúne mais de cem comentários e mensagens em redes sociais.
Algumas das postagens comparam o caso a um recente problema na paróquia de Nossa Senhora do Carmo, em Oscar Bressane, onde um jovem foi acusado de furtar dois cheques da paróquia depois de passar alguns dias como visitante na cidade. Nos dois casos são párocos vinculados à Diocese de Assis.
“Para Deus, ele sempre será pastor de ovelhas. Infelizmente quem julga e pune o outro são as pessoas que se acham no direito de condena lá. Muitos que aponta o dedo para o outro está com o dedo podre. Pronto falei!”, diz uma das mensagens.
As postagens defendem ainda que o padre não violou o sacramento do matrinônio. “Mas ele não fez o casamento, ele apenas deu a bênção. E abençoar seja lah qual for sua orientação sexual, seja lah de outro credo religioso e assim por diante não é pecado… ele foi bem claro q não podia dar o sacramento do matrimônio, mas podia dar a bênção e foi exatamente o q ele fez… e outra ele exerceu o maior mandamento q Deus nos deixou o AMOR ao próximo.”
“Chega esperar queremos Padre Vicente de volta”, diz outra mensagem. Em uma das postagens, com dezenas de comentários, seguidores repetem a tag #voltalogopadrevicente.
Pelo menos duas mensagens tentam acalmar a pressão e críticas. Uma delas diz que a apuração não depende da Diocese, mas de ritos que envolvem até o Vaticano, como ocorreu na demissão do padre Clécio em Marília.
Em outra postagem, o grupo é informado que o próprio padre Vicente seria contra as campanhas públicas. Sigilo, silêncio e serenidade durante o processo são algumas das orientações gerais da Igreja durante os procedimentos de investigação.