A obra do contorno de Pompéia na rodovia SP-294 prevê custo aproximado de meio bilhão de reais e 39 desapropriações de áreas.
O número de unidades alvo das desapropriações pode até não impressionar. Mas elas representam 157 hectares, ou quase 95% de todo o espaço que a rodovia vai tomar.
O orçamento de exatos R$ 498.197.378 envolve todos os gastos, da obra em si, recomposição ambiental e pagamento das desapropriações.
O planejamento mostra que o valor a ser pago é uma das preocupações de proprietários. Há outras.
Os dados no relatório de impacto da obra mostram que há casos em que a desapropriação atinge 30% de propriedade rural. Além disso, mostra situações em que a avenida corta espaços ao meio.
Mário Ioshinaga é um dos proprietários com maior risco de impacto. O traçado pode desapropriar 26% de sua propriedade, de 25 hectares. São duas glebas, no cruzamento com a vicinal para Queiroz e próxima ao anel de acesso à rodovia.
“Comprei em 2001. Fica ao lado de área urbana, junto ao Bairro Chácaras Aurora, que, inclusive, até recolhe IPTU. Já tive procura para venda mas parou quando começou a organização para a obra”, disse.
O contorno de Pompéia
O contorno de Pompéia prevê 19km, um anel viário em Paulópolis e atendimento a um volume de 19 mil veículos por dia.
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A Eixo SP Concessionária, responsável pela obra, produziu estudos de quatro trajetos. Os números tratam do modelo apontado como o de menos impacto geral.
“Em todas as alternativas de traçado, a desapropriação demonstra-se necessária devido ao fato de o empreendimento em questão tratar-se de uma nova rodovia”, diz o estudo.
Os únicos locais nos quais não haverá desapropriação, em todas as alternativas, são pequenos trechos em ambas as extremidades na atual rodovia SP-294.
Desapropriações
Segundo o relatório, as desapropriações não afetarão moradias e não haverá relocação de população. O trecho ocupa área ao norte de Pompéia.
“A decisão por este traçado ocorreu em função de características físicas e ambientais do terreno. Além disso, o projeto teve como objetivo promover o mínimo de impacto acerca das desapropriações que serão realizadas.”
O documento aponta ainda que a maior parte dos locais objeto de desapropriação está em fazendas, apresentando uso voltado para agropecuária.
“O projeto de desapropriação prevê a construção de estradas de acesso e as propriedades não serão inviabilizadas”, diz o relatório.
Uma audiência pública no dia 22 de janeiro vai discutir em Pompéia o impacto do contorno. O projeto tira trânsito da rodovia do perímetro urbano.
