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Defensores de Cunha têm votos na região; um diz “abrir portas" para Marília

Eduardo CUnha deixa plenário da Câmara após votação de sua cassação – Agência Brasil
Eduardo CUnha deixa plenário da Câmara após votação de sua cassação – Agência Brasil

Entre os dez votos contra a cassação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), aprovada por 450 parlamentares no final da noite desta terça-feira, dois são deputados de São Paulo, ambos têm votos na região e um deles apareceu até em programa eleitoral deste ano com a promessa de “abrir portas para Marília” em Brasília.

O pastor Marco Feliciano, um campeão de votos especialmente pelo público evangélico, e o sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, foram os únicos deputados paulistas a defender absolvição de Eduardo Cunha.

Cunha (PMDB-RJ) tornou-se o sétimo deputado a ter o mandato cassado desde a criação do Conselho de Ética, em 2001. Eleito presidente da Câmara, no início de fevereiro do ano passado, com 267 votos, Cunha recebeu hoje na votação que cassou o seu mandato menos de 4% dos votos daqueles que o elegeram ao posto máximo da Casa há um ano e sete meses. O percentual não leva em conta aqueles que se abstiveram, nove, e os 42 deputados que faltaram à sessão.

Lideranças em suas bancadas e áreas, são considerados virtuais reeleitos ou aspirantes a novos voos públicos. Feliciano segue com apoio de sua base e de outros líderes evangélicos, como o pastor Silas Malafaia. 


Feliciano recebeu 2.248 votos em Marília e ficou na lista dos dez mais votados na cidade. Também foi bem votado em Bauru (2.179), Araçatuba (3.344), Prudente (2.082), Pompéia (209), Garça (520) e Ourinhos (758).

O deputado é também um campeão de polêmicas, como a defesa da cura gay e um dos mais combatidos mandatos como presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara. Apesar da boa votação não é figura presente na região.

Feliciano popularizou a frase “se Cunha é malvado, é meu malvado favorito”, que leva para a política título de uma animação de muito sucesso no cinema. O deputado foi um dos críticos da decisão do STF que havia afastado Cunha da Câmara para evitar pressão sobre a apuração de denúncias contra ele.


Paulinho não teve tantos votos. Fez 248 em Marília – na lista dos eleitos está entre os 30 mais votados em Marília – e ganhou eleitores em Bauru (479), Araçatuba (325), Prudente (733 ), Pompeia (106), Garça (97) e Ourinhos.

O deputado tem aparecido de forme frequente e em gravações de seu partido, o Solidariedade, no programa eleitoral da cidade. Em uma das mensagens diz que estará no dia seguinte em Brasília para “abrir as portas” dos gabinetes para a cidade.

Um dos articuladores da votação na Câmara do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Paulinho foi um dos mais dedicados defensores de cunha e chegou a dizer em entrevista:  “vou apanhar mas vou com Cunha até o fim”.

Paulinho segue como o nome da Força Sindical e inclusive bancou carreira política do filho, Alexandre Pereira, eleito deputado estadual e hoje superintendente do Incra.