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Delação premiada de lobbista acusa Capez na Máfia da Merenda

Delação premiada de lobbista acusa Capez na Máfia da Merenda

O lobista Marcel Ferreira Júlio, considerado um dos mentores do esquema de fraude em licitações para a compra da merenda escolar em São Paulo, afirmou, em delação premiada, que esteve duas vezes com o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado Fernando Capez (PSDB), em 2014.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, em um desses encontros, o lobista disse ter visto Capez ligar para a Secretaria Estadual da Educação para agilizar um contrato com a Cooperativa Agrícola e Familiar de Bebedouro (Coaf) e, logo depois, sinalizar que queria dinheiro para sua campanha. A reportagem da Agência Brasil confirmou o teor da delação.

De acordo com o lobista, os encontros ocorreram no escritório de Capez. Em uma dessas reuniões, o presidente da Alesp teria esfregado o dedo indicador e o polegar, indicando que queria dinheiro.

Suspeito de envolvimento na fraude, Marcel Ferreira Júlio se entregou à polícia no início de abril. Ele é filho do ex-presidente da Alesp Leonel Júlio, preso com mais seis pessoas no dia 29 de março, na segunda fase da Operação Alba Branca.

CPI da Merenda

O PT pediu a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as irregularidades nas licitações da merenda escolar. O partido informou que conseguiu, até o momento, apenas 23 das 32 assinaturas necessárias para protocolar o pedido.

O PT reclama que os partidos aliados ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB), que são maioria na Alesp, têm conseguido obstruir sessões das comissões da Educação e de Finanças, onde seriam apresentados requerimentos para ouvir depoimentos de pessoas citadas nas investigações do Ministério Público e da Polícia Civil sobre o caso. De acordo com o PT, das nove sessões previstas para ocorrerem na Comissão da Educação, por exemplo, apenas três foram realizadas. Nas demais, não houve quórum suficiente.