Um site que defende o impeachment do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi criado pela esposa de um dos assessores do deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP), defensor do presidente Jair Bolsonaro conhecido como “Carteiro Reaça”, segundo informações divulgadas pela revista Veja .
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O domínio www.placarforadoria.com.br foi criado a pedido de Gil Diniz, segundo o próprio relatou à revista. O site defende o pedido de impeachment de Doria que foi protocolado no dia 22 de abril pelos deputados Gil Diniz, Douglas Garcia, Major Mecca, Frederico D’Avila, Valeria Bolsonaro, Tenente Coimbra, Tenente Nascimento e Letícia Aguiar, todos do PSL, e Edna Macedo, do Republicanos.
Na plataforma há um placar mostra quais parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) são a favores do impeachment (15), quais são contra (23) e quais ainda não se posicionaram (56).
“Fui um dos primeiros perfis verificados a falar do site. Aqui do lado da Alesp, há o acampamento que pede o impeachment de Doria. Eu e outros colegas somos cobrados, nos pediram para organizar uma plataforma que compilasse a posição dos parlamentares em relação a isso. [Raphael] Azevedo, meu assessor, toma conta de minhas redes sociais, faz meus posts. Pedi a ele que fizesse o site. Paguei 40 reais do meu bolso para adquirir o domínio, e ele registrou no nome dela”, relatou Gil Diniz à revista.
Apesar disso, não há nenhuma menção no site ou na página de Facebook com o mesmo nome que as ligue ao deputado Gil Diniz.
“Quando o site ficou pronto, divulguei nos meus perfis. Não foi para esconder nada. Afinal, se eu quisesse terceirizar essa iniciativa, não estaria na linha de frente pedindo o impeachment do Doria . O intuito do site é divulgar o pedido de impeachment, porque estou engajado nisso”, se defendeu.
O site afirma que “as ilegalidades cometidas por João Doria são várias. Mas temos um caso emblemático. Em plena quarentena – na qual os comércios permanecem fechados – o governador Doria quer a instalação de radares móveis em São Paulo. Doria gastou R$ 11 milhóes em contratos sem licitação para comprar os radares. O Decreto de Calamidade Pública serve para amparar a manutenção e contratação dos serviços considerados essenciais no Estado de São Paulo. É óbvio que esse não é o caso da instalação de radares móveis. Precisamos, agora, do apoio de todos vocês para manter a pressão popular”.
Contudo, o Departamento de Estradas de Rodagens (DER), responsável pelos radares, cancelou o pedido pelos radares ainda em abril, antes mesmo de Diniz e outros deputados entrarem com um pedido de impeachment contra Doria na Alesp, o que ocorreu em 22 de abril. O órgão também alega que “não utilizou, em hipótese alguma, o decreto de calamidade pública para a contratação do serviço de radares”.
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O DER afirma que “o processo de contratação era anterior à pandemia do coronavírus” e “devido ao atual momento de crise do COVID-19, decidiu suspender esses contratos e publicou isso nas edições de 18 e 23 de abril do Diário Oficial. O motivo da suspensão se deve ao fato de o Governo de São Paulo estar redirecionando recursos para conter a doença”.