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Deputado quer eletrochoque para conter adolescente infrator "não cooperativo"

Deputado quer eletrochoque para conter adolescente infrator "não cooperativo"

Um projeto de lei na Câmara dos Deputados quer autorizar agentes responsáveis pela execução de medidas socioeducativas aplicadas a adolescentes infratores a utilizarem armas de eletrochoque em situações específicas.

A ideia é do deputado Cajar Nardes (PR-RS) que defende o uso da arma em situações específicas. Para o deputado, a medida protege internos, funcionários e visitantes.

O choque será aplicado no que o deputado chama de “interno não-cooperativo”, mesmo quando desarmado, quando for preciso “apreensão, captura, detenção ou custódia, se sua conduta ou reação puser em risco a integridade física de eventual vítima sob seu domínio, de terceiro não envolvido, do agente ou de si próprio”.

Também prevê o uso do choque em situações de “descontrole emocional, se sua conduta ou reação puser em risco a integridade física própria, do agente ou de terceiro”, com interpretação a ser feita pelo agente que usa. Prevê ainda como forma de conter tentativa de suicídio.

O projeto tramita como conclusivo nas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; de Seguridade Social e Família; e de Constituição, Justiça e de Cidadania. Isso significa que é dispensada sua apreciação, em plenário, pelo conjunto dos deputados federais.

O perito do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) Rafael Barreto critica a proposta. “Não há outro país do mundo que tenha legislado expressamente autorizando eletrochoque contra adolescente privado de liberdade”, explica.

Ele reconhece que há, nas unidades do sistema socioeducativo, diversos registros de rebeliões e outras formas de violência, mas discorda que essa situação se deva à falta de um aparelho repressor mais eficaz.