O novo ministério da presidenta Dilma Rousseff não causou frustração. Era previsto e esperado. Rumo conservador na economia, acomodações partidárias, proporcionalidade entre as correntes do PT e busca de apoio no Congresso. Política é tudo, menos aquilo que vemos e ouvimos. Este é o ministério das eleições de 2014, resultado de acordos, traições, adesões de última hora e a vinda de neogovernistas. Nasce com data de validade, registrada nas caneladas que já são trocadas embaixo das mesas. Em termos ideais deverá durar até as eleições de 2016.
Quem canta comigo, canta o meu refrão
O Ministério do Meio Ambiente continuará com sorriso amarelo. Não há espaço para a questão ambiental na fórmula consumo/produção/consumo vigente sob Lula & Dilma. Exploração de recursos naturais e consumismo solapam a qualidade de vida. Agroenergia ou petróleo impulsionam o aquecimento global. A expropriação de terras indígenas, quilombolas e comunidades rurais viola direitos humanos e compromete a conservação da biodiversidade. E o Brasil vai ficando fora da agenda ambiental mundial. Até quando?
Até que nem tão esotérico assim
Continuísmo nu e cru a parte, resta a dúvida. Qual será o rumo do novo governo? Como manter crescimento econômico com distribuição de renda diante da economia em marcha lenta e desaceleração nos benefícios sociais? O Pré-Sal vai financiar a educação, será o suficiente? Atravessar os próximos quatro anos vai requerer da Presidência criatividade e iniciativa política efetivas. O fardo dos governantes petistas nunca é fácil quando Lula disputa uma eleição. Que o diga Luiza Erundina na prefeitura da cidade de São Paulo…