Nacional

Dilma viaja e Temer é presidente interino

Dilma viaja e Temer é presidente interino

A presidente Dilma Rousseff viajou nesta quinta-feira para Nova York onde participação de reunião da ONU (Organização das Nações Unidas). COm a viagem, o vice-presidente Michel Temer, acusado de articular o impeachment de Dilma para assumir o governo, será presidente interino. A volta de Dilma está prevista para sábado, dia 23. Temer deve comandar o país de São Paulo, onde está nos últimos dias para encontros com aliados e articulação de um possível governo.

Dilma pretende defender o seu mandato e repetir que está sofrendo um golpe parlamentar em sua viagem aos Estados Unidos, onde vai participar de uma reunião da Organização das Nações Unidas (ONU). Além do discurso que fará sobre mudanças no clima, ela procurará conceder entrevistas e comentar o processo de impeachment, cuja abertura foi aprovada no último domingo (17) pela Câmara dos Deputados.

A presidemte participará da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, em a Nova York, para onde embarcou nesta quinta-feira (21). Além da presidenta, devem discursar sobre o meio ambiente os presidentes da França, François Hollande, da Argentina, Maurício Macri e da Bolívia, Evo Morales; do Chile, Michelle Bachelet, e o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi.

A estratégia do Palácio do Planalto não repercutiu bem entre a oposição, que escalou parlamentares para irem à cidade norte-americana a fim de contrapor os discursos de Dilma.

A informação de interlocutores do governo é que a presidenta foi convencida a fazer a viagem para pregar ao mundo que está sofrendo um golpe. De acordo com análises internas do Palácio do Planalto, Dilma não possui alternativa, porque a admissibilidade do processo de impeachment no Senado é dada como praticamente certa. A saída seria criar uma pressão internacional contra o processo e angariar apoio popular.

A aposta é que os movimentos sociais voltem a organizar grandes manifestações contra o processo de afastamento, e que, com o tempo, a sociedade perceba que o vice-presidente, Michel Temer, não teria apoio para assumir o poder. De acordo com o ministro-chefe do Gabinete da Presidência, Jaques Wagner, em entrevista a imprensa internacional “está clara a existência um golpe dissimulado para tomar a presidência da República”.

Wagner disse que, em Nova York, a presidenta falará momento político brasileiro. “Ela não poderá deixar de manifestar sua indignação com o golpe que se está se construindo no Brasil; que o processo em curso é artificial e falso, porque Dilma é uma mulher honesta que não cometeu nenhum crime, e o que está havendo no país é o mau uso do impeachment”, disse.