Um encontro de prefeitos na próxima semana vai discutir em São Paulo estratégias para evitar que a primavera e verão tragam nova explosão em epidemia de dengue como a registrada entre 2014 e 2015.
Segundo nota oficial da Secretaria Estadual da Saúde, no encontro de prefeitos serão divulgados os índices larvários mais atuais e a relação de cidades que estão em fase inicial e/ou de alerta para a transmissão da dengue em 2016, além do atual cenário epidemiológico do Estado.
Além disso, serão expostos exemplos de ações bem sucedidas de cidades que tiveram um baixo número de casos, para que os prefeitos e secretários de Saúde municipais possam compartilhar conhecimentos. Mas a convocação começou mal: na dança dos números para divulgar a preocupação com a epidemia, o Estado sumiu com casos da doença.
Marília, que sob denúncias de subnotificação e manipulação de dados chegou a divulgar 15.200 doentes nem aparece na lista oficial das dez mais atingidas pela doença. Limeira, última na relação estadual, tem 10.186 casos considerados oficiais.
– O ranking mdo Estado e o “dengômetro” de Marília: dança dos números
A explicação oficial é que “ranking”, uma triste imagem de que a saúde pública não cuidou da dengue, usa dados confirmados por exames oficiais, uma medida que há muito tempo é subnotificada. Isso porque os exames são concentrados no Instituto Adolfo Lutz em São Paulo, custam caro e demoram. Assim, milhares de casos deste ano nunca chegaram ao instituto.
Oficialmente, Marília fecha o ano com menos de 6000 casos, na avaliação do governo do Estado. O ranking estadual lista dez cidades que correspondem por 42% de todos os casos, um índice que teria pelo menos dez mil pacientes a mais a considerar a contagem oficial do município.
Um número incalculavelmente maior se todos os casos podem ser oficialmente confirmados nos exames.Assim, a epidemia da cidade não parece tão grave nos registros oficiais, ainda que tenha provocado 180 dias de estado de emergência, , duas ações judiciais e pode afastar da vida pública o prefeito Vinícius Camarinha e o ginecologista Luiz Takano – ex-secretário da saúde.
Sem falar em pelo menos oito mortes – número admitido pelo município – número que pode chegar a quase 20.
O encontro da próxima quinta-feira acontecerá a partir das 10h no Centro de Convenções Rebouças, que fica na avenida Rebouças, 600, Cerqueira César, zona oeste de São Paulo.