O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que a sentença do juiz Sérgio Moro que o condenou a nove anos e meio de prisão não apresenta qualquer prova, ”tem um componente político muito forte”, e anunciou que será candidato presidente.
“Se alguém pensa que me tiraram do jogo, eu to no jogo. A partir de agora vou reivindicar do PT o direito de me colocar como postulante à candidatura a presidente do Brasil.”
Segundo ele, a decisão tem quase 300 páginas “pra não dizer absolutamente nada de provas”. Desafiou os inimigos a fazer “um esforço incomensurável a apresentar qualquer prova”.
Lula disse que não tem triplex, não comprou triplex e fez piada com a condenação. “Ainda tenho que pagar uma multa de R$ 700 mil. Seria bom se me dessem o triplex, eu vendia o triplex e pagava a multa.” O ex-presidente criticou a delação premiada do empresário Léo Pinheiro usada como base no processo e condenação.
“Léo Pinheiro está há mais de dois anos preso, insistentemente disse não, não, não. Aí o cara assiste na TV Globo que vale a pena delatar, que delatar é um prêmio para viver com a riqueza que roubou. O cara ta preso e fala pô, tô condenado a 23 anos de cadeia. O que eu tenho que falar é que o Lula sabia? O Lula não é filho, não é genro, porque eu vou pegar tanto tempo de cadeia?”
Lula disse que já acreditava que o processo iria terminar com a condenação. “Era visível que o que menos importava era o que você falava. Eles já estavam com o processo pronto, com a concepção da condenação pronta.”
Segundo o ex-presidente, o processo nasceu de uma mentira do jornal O Globo. “Não é possível que aqueles que preparam a mentira do golpe contra Dilma, iriam ficar com os braços cruzados esperando a gente voltar pro poder em 2018. Se o Lula pudesse ser candidato o golpe não fechava.”
Lula lei trechos de um artigo que publicou em outubro do ano passado no jornal Folha de S.Paulo falando sobre o processo.“Disse o seguinte: meus acusadores sabem que não roubei, não fui corrompido e nem tentei obstruir a justiça. Mas não podem admitir, não podem recuar depois do massacre nas mídias. Tornaram-se reféns das mentiras.”
O ex-presidente afirmou que o governo está cassando direitos de trabalhadores com mais de 40 anos de aplicação e afirmou que quando os “economistas de direita” não tiverem mais soluções para a crise “permitam colocar de novo os pobres no orçamento.”