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Feira incentiva produção caseira e orgânica de alimentos em Marília

Feira incentiva produção caseira e orgânica de alimentos em Marília

A primeira feira de troca de sementes e saberes vai reunir em Marília fãs de uma prática muito comum no primeiro mundo e ainda tímida em Marília: produzir alimentos,  – incluindo frutas e até ovos – em casa. Sem compra ou venda, a feira será feita com troa de experiências, mudas e  sementes.

O projeto apresenta desde as medidas iniciais básicas, como produzir hortaliças e frutas em vasos, mas pode avançar para transformar o quintal e muros da casa e até o bairro, com a criação de áreas coletivas de hortas ou produção agrícola urbana.

É um comportamento que envolve benefícios sociais com a produção de alimentos mais baratos nas casas de famílias de baixa renda ou para entidades-, econômicos com a economia na compra de produtos em outras cidades e a possibilidade de feiras e venda de produtos orgânicos e ambientais – menos desperdícios, menor produção de lixo urbano para coleta, transporte e destinação final no solo dos aterros.

A prática promete produzir no mínimo 30% dos hortifrútis que sua família consome, aproveitar lixo orgânico como adubo natural, sem desperdício, além de produzir alimentos sem pesticidas. Ou seja, agregar economia, sustentabilidade e qualidade de alimentação.

Na organização está Márcia Regina Zaros, que há dez anos pratica a produção em casa e há três deixou uma vida de estresse no comércio para dedicar-se exclusivamente a isso.

Passa a maior parte do tempo em seu quintal, onde produz até uvas, que forraram a mesa da família no final do ano, ou tomates, o vilão do momento nas prateleiras, e ovos, entre outros alimentos.

Márcia leva para feira seus dez anos de conhecimento, algumas mudas e sementes para quem quer começar ou passar a outro nível de produção. E leva também o debate sobre a necessidade de envolver mais pessoas e o poder público em esta iniciativa.

“Dá para produzir no quintal, na laje, em vasos, junto ao muro para quem só tem um corredor. Em Marília é muito tímido, mas no primeiro mundo é uma prática cada vez mais comum. A fazenda mais produtiva fica numa área de 400m² entre duas autopistas nos Estados e produz até biodiesel”, conta.

Ela diz que a cidade também deveria ter políticas públicas de incentivo, que envolvem muitas medidas: empréstimo de trator para hortas coletivas, produção de mudas e sementes, suporte de técnicos e até benefícios fiscais.

A ideia atrai por dois princípios que estão muito em moda: economizar e cuidar da saúde. “Eu acho incrível as pessoas ainda terem de sair de casa para comprar cheiro verde ou couve para uma feijoada. Isso se produz em vasos, sem pesticida nenhum”, diz Márcia.

Na evolução do trabalho está um conceito histórico que foi perdido: autonomia das pessoas para produzir alimentos, garantir qualidade do que a família consome e dar uma destinação mais humana e de bem-estar ao uso do solo.

“Hoje as pessoas são 100% dependentes da água que vem da companhia, da energia e dos alimentos nos supermercados. Marília não produz alimentos. O que compramos aqui vem de fora.” E quando diz alimento não fala de biscoitos, massas ou doces industrializados.

Na casa de Márcia, além das frutas, verduras e legumes, há a produção do adubo, já há sistema inicial de captação de água da chuva – que será ampliado e estrutura para grande quantidade de armazenamento – e aproveitamento do material em processamento caseiro. Ou seja, tem as frutas e legumes, faz os doces, compotas, geleias e conservas.

As informações sobre esse aproveitamento são outras dicas disponíveis no encontro.

Serviço
1ª Feira de Troca de Sementes, Mudas e Saberes
Dia 31 de janeiro, das 8h às 12h
Rua Benedicto Nery de Barros, Jardim Acapulco