Agentes da Polícia Civil de SP apreenderam, nesta terça-feira (19), 37 quilos de cocaína com uma filipina identificada como Girlie Allado Solcorites, que foi presa em flagrante. Os agentes se surpreenderam com os elementos inusitados do caso: a droga, colorida, estava disfarçada em embalagens de achocolatados, sucos em pó, chás de maca-peruana, entre outros alimentos.
Além disso, foi acrescido ao produto uma substância química que impossibilitou a detecção da droga em testes rápidos de reagente, comumente utilizados polícia. Os investigadores contam que precisaram submetê-la a uma perícia mais complexa no Instituto de Criminalística, onde enfim foi confirmada a constatação.
O caso aconteceu nesta terça de manhã, quando agentes da 4ª Delegacia de Divisão de Investigações sobre Entorpecentes apuravam a ação de brasileiros e estrangeiros suspeitos de tráfico no Terminal Rodoviário da Barra Funda. A mulher chegou à rodoviária em um ônibus vindo do Mato Grosso do Sul e, ao apresentar nervosismo no desembarque, chamou atenção dos policiais, que observavam toda a movimentação disfarçados.
Eles a seguiram até um hotel no Centro de SP, onde realizaram a abordagem momentos depois. Segundo os policiais, ela reagiu com muito nervosismo e respondendo coisas desconexas, mas acabou por conduzi-los até o quarto onde estava hospedada. Ao abrirem as malas onde estavam as drogas, eles se depararam com os vários sacos de alimentos em pó; além da coloração, as embalagens tinham cheiro forte de café, na intenção de esconder o odor característico da cocaína e enganar, por exemplo, cães farejadores. Mas não foi suficiente para confundir os policiais.
Questionada pelos agentes sobre a origem das malas, ela disse que teria recebido os produtos “de um individuo que não sabe o nome” na cidade de Campo Grande (MS) e que levaria as malas para outro país. Além das drogas, foram apreendidos um celular que estava com ela, que poderá ajudar nas investigações sobre o grupo que estaria por trás da ação criminosa, além de quantia em dinheiro, inclusive cédulas estrangeiras.
‘Apuramos que era a terceira vez que ela estava no Brasil. Sempre ia para o Mato Grosso do Sul e de lá vinha para São Paulo. Ficava pouco tempo em SP, não saía do quarto de hotel e sempre transportava esses gêneros: achocolatado, maca peruana etc. Isso causa estranheza, por que uma pessoa viria para o Brasil para não fazer nada e apenas comprar esses produtos?”, comenta o delegado Fernando Santiago, titular da especializada. Além do “disfarce” usado para esconder a droga, uma substância acrescida a ela para torná-la indetectável em testes químicos rápidos também deu trabalho à polícia na hora de atestar a presença da cocaína.
“A detecção rápida deu negativa, por conta de substância química colocada justamente para este fim”, explica o delegado.