Um frigorífico com sede na cidade paulista de Porto Feliz agora tem selo do SIF para o processo de criação, abate e venda de carne de jacarés.
A empresa tinha inspeção apenas pelo serviço estadual e a comercialização ficava em São Paulo.
O frigorífico decidiu aderir ao SIF não só pelo comércio da carne de jacaré, mas para ampliar a comercialização do pescado. Desenvolve produtos como hambúrguer e linguiças de peixe (pirarucu e tambaqui), que têm bastante procura.
Em relação aos jacarés, o frigorífico prepara alguns cortes como o filé da cauda, filé do lombo e costela temperada, entre outros.
Há também uma linha especial de linguiças e hambúrguer de jacaré, que utilizam a gordura do próprio animal.
O médico veterinário do Mapa responsável pela inspeção da carne e carcaça é Luís Felipe Lopes Conceição. Ele passou por treinamento no frigorífico Caimasul, em Corumbá (MS), inaugurado em 2017.
“A venda de carcaças inteiras também cresce muito para serem preparadas em churrascarias e churrasqueadas”, afirma Bassetti.
A estrutura fica a cerca de 120 km da capital. É o segundo frigorífico de jacarés do Brasil a contar com SIF.
Selo do SIF
Em Porto Feliz, Luís Felipe conta que faz a inspeção ante mortem, que é o exame visual geral dos animais. Observa seu comportamento e separa aqueles que, por questões sanitárias, precisem de exame individual mais detalhado.
Nessa etapa, segundo ele, acontece a avaliação documental e do estado clínico geral dos animais.
O veterinário do Mapa acompanha também o processo de abate e faz a inspeção chamada de post mortem, que consiste na visualização, palpação e cortes, se necessário.
Ele segue critérios de julgamento e destinação previstos no Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA).
Este documento determina algumas práticas relacionadas à gestão de segurança e de qualidade no setor de produtos de origem animal.
Luís Felipe disse que trabalhar em um frigorífico de jacarés é similar a um frigorífico de bovinos.
O maior desafio ainda é a necessidade de normatizar alguns procedimentos. “Para isso, o contato com o abatedouro de Corumbá é fundamental”, afirmou.