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Impasse em ocupação de fazenda pode provocar despejo em Gália

Impasse em ocupação de fazenda pode provocar despejo em Gália

A ocupação da família Rio Vermelho por 300 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra) pode caminhar para uma ordem de despejo com força policial após fracasso na negociação para saída pacífica das famílias.

O juiz Henrique Dada Paiva, de Gália, determinou que a Polícia Militar informe providências necessárias para cumprir liminar que determinou a  desocupação, iniciada no dia 7 deste mês.

Em nota,o MST diz temer situações de conflito e pede adiamento da medida para discussão com o Incra sobre desapropriação da fazenda.

A desocupação pacífica foi determinada após uma audiência realizada no dia 13 de setembro no fórum da cidade. No dia 10os proprietários da Fazenda já haviam pedido uma ordem de despejo, mas o pedido foi negado.

“Ao lado dos direitos sustentados pela parte autora, que também são merecedores de tutela efetiva, não se pode esquecer que há cerca de trezentas pessoas no local e prepostos da parte autora, de modo que o simples e primário uso da força, ainda que proveniente de órgão estatal legitimado, pode aumentar o conflito existente e acarretar maiores prejuízos para a própria requerente.”

Na segunda-feira, dia 24, um oficial de justiça acompanhado por policiais – em quatro viaturas, segundo o MST – esteve na fazenda para discutir a saída das famílias, mas não houver acordo.

Para o MST, documentos apresentados pelos proprietários não comprovavam produtividade suficiente para a Fazenda Rio Vermelho, de 1166,28 hectares.

O movimento protocolou em 2016 no Incra documentos em que apontava improdutividade e abandono da fazenda com pedido de vistoria oficial para desapropriação e destinação à reforma agrária. Indicou situação como morte de animais e degradação de nascentes.

“A superintendência do Incra de São Paulo tem solicitado ao juiz uma outra audiência, para intervir na possibilidade de despejo das famílias e construir o início de um processo de desapropriação da área”, diz nota distribuída pelo movimento.