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Jornalista Clóvis Rossi morre em SP e país perde grande profissional

Jornalista Clóvis Rossi morre em SP e país perde grande profissional

Em algum dia de 1994, o jornalista Clóvis Rossi, desde há muito tempo um dos principais colaboradores e colunistas do jornal Folha de S.Paulo, passou pela redação de uma sucursal do jornal em São José do Rio Preto para enviar dali uma coluna.

Fez um texto sobre crise política internacional. O pequeno grupo de jornalistas parou para vê-lo trabalhar, muitos correram ler o que ele escreveu assim que Rossi deixou o prédio.

Foi a única vez em que falei pessoalmente com ele. Seguia e continuei seguindo seu trabalho. Sem grandes ídolos esportivos, acho que Clóvis Rossi foi a personalidade pública que eu mais acompanhei.

Rossi faleceu na madrugada desta sexta-feira em São Paulo, pouco depois de receber alta do Hospital Albert Einstein, onde ficou internado entre os dias 7 e 13.

Deixa esposa, Catarina Rossi, três filhos, três netos e uma legião de leitores, órfãos de seu trabalho em um país que acorda menos inteligente, menos crítico e mais triste.

A coluna de Rossi na Folha era uma das leituras mais esclarecedoras do país. Um crítico genial do autoritarismo, da incompetência, dos desmandos, do pior jogo político. Uma independência, com clareza, inspiradora. Será agora uma grande ausência. E se você não lia ou talvez nem conhecesse, confira maids alguns dados do currículo, com informações do portal G1.

Nasceu em São Paulo em 25 de janeiro de 1943 – dia do aniversário da cidade – Trabalhava na Folha desde 1980. Foi repórter, colunista, repórter-especial e membro do conselho editorial.

Trabalhou também no “O Estado de S.Paulo” e no “Jornal do Brasil”. Antes teve passagens no “Correio da Manhã”, revistas “Isto É” e “Autoesporte” e pelo “Jornal da República”. Manteve blog em espanhol no “El País”.

Acompanhou a transição do autoritarismo para a democracia em Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, toda a América Central, Espanha, Portugal e África do Sul.

Ganhou os dois mais importantes prêmios jornalísticos na América Latina –  o Maria Moors Cabot, concedido pela Columbia University, e o da Fundação para um Novo Jornalismo Iberoamericano, pelo conjunto da obra, que recebeu das mãos do criador do órgão, o Nobel Gabriel Garcia Márquez.

Foi nomeado cavaleiro da Ordem do Rio Branco pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cavaleiro da Ordem do Mérito na França, nomeação feita por François Hollande.