Jovem da região revela trombose por uso de anticoncepcional e viraliza

Uma estudante de Botucatu é o novo símbolo do alerta para risco de trombose por uso contínuo de anticoncepcionais. Juliana Pinatti Bardella, aluna de Medicina Veterinária, transformou seu caso em uma história que viralizou nas redes sociais.

Juliana procurou atendimento médico com fortes dores de cabeça. Recebeu diagnostico enxaqueca e foi liberada. Nenhum exame neurológico. Dois dias depois o drama foi instalado. A universitária acordou sem controle adequado dos movimentos das pernas. Tentou escovar os dentes, sentiu os braços estranhos.

“Tentei me vestir, sem sucesso. Não fui a aula e resolvi esperar passar. Não passou peguei o celular para fazer uma ligação, mas foi muito difícil, fiquei muito tempo olhando para a tela sem saber o que fazer. Deixei o celular de lado e fui ao banheiro, e para o meu maior desespero não sabia mais usar o banheiro, fiquei olhando pela porta e não sabia mais por onde começar, como isso era possível?

Com ajuda de amigas e depois da família, Juliana foi levada para consulta em São Paulo. No caminho o efeito do remédio passou e as dores de cabeça voltaram fortes. Uma ressonância magnética revelou a trombose, situação em que um coágulo de sangue entope uma das veias do cérebro, impedindo a circulação de sangue e a oxigenação.

“O médico me perguntou se eu tomava anticoncepcional, eu disse que sim, há cinco anos, e então ele disse que essa poderia ser a causa do problema. Cinco anos de Yaz, três ginecologistas diferentes, e nenhum me alertou sobre a trombose.”

A postagem com a história  já foi compartilhada por 17 mil pessoas em menos de 24 horas e serve como um alerta para mulheres que usam anticoncepcionais.

Leia o texto na íntegra:

“Última cartela. Último comprimido.

Começou com uma pequena dor de cabeça. A dor foi aumentando gradativamente durante três semanas, até ficar insuportável.

Fui ao hospital em Botucatu, onde a médica me receitou remédios para enxaqueca, não pediu nenhum exame e não quis me encaminhar para um neurologista (mesmo com minha insistência), pois disse que não era o caso.

Era sexta-feira, dois dias após ter ido ao hospital. Acordei pela manhã para ir à aula, quando fui levantar da cama minha perna direita não respondeu ao meu comando, mas com algum esforço levantei. Escovando os dentes percebi que minha mão direita também não estava normal. Tentei me vestir, sem sucesso. Aquilo estava muito estranho, então não fui a aula e resolvi esperar passar. Não passou.

Alguns minutos depois peguei o celular para fazer uma ligação, mas foi muito difícil, fiquei muito tempo olhando para a tela sem saber o que fazer, como se tivesse esquecido como manusear um telefone. Deixei o celular de lado e fui ao banheiro, e para o meu maior desespero não sabia mais usar o banheiro, fiquei olhando pela porta e não sabia mais por onde começar, como isso era possível?