O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta apontou em duas previsões divulgadas nas últimas 24h que a evolução da epidemia de coronavírus no Brasil deve se estender até julho, estabilizar na segunda quinzena para cair a partir de agosto.
Mandetta apresentou as informações em entrevista ao UOL e em uma live com a enfermeira Renata Pietro, em que analisou também o quadro do atendimento de saúde no país.
“Espero que ele não ocorra, mas nos estudos o que está me mostrando é que a gente ainda está subindo, uma hora em que a curva vai fazer platô e vai cair. Ainda está subindo, vai subir maio inteiro, junho inteiro, julho na segunda quinzena vai estabilizar e em agosto começa a cair, em setembro voltando para uma coisa mais próxima do que a gente tem hoje”, disse o ex-ministro.
Ele evitou fazer projeção do número de casos e disse que apesar das previsões a evolução pode ser interrompida a qualquer momento por descobertas da ciência.
“Isso pode ser interrompido a qualquer momento por uma descoberta, por um remédio, por um teste melhor, uma ferramenta melhor, tá todo mundo estudando como esse vírus ataca nossas células, nosso pulmão, rim, sistema nervoso”, explica.
Henrique Mandetta, que deixou o ministério da Saúde após uma série de conflitos com o presidente Jair Bolsonaro sobre a condução do enfrentamento à epidemia, também afirmou que apesar de todas as informações e polêmicas nenhum medicamente mostrou efeitos gerais de relevância para a crise.
Lembrou toda a polêmica em torno do uso de cloroquina, citou novos medicamentos divulgados recentemente, mas disse que o importante é “dar tempo para cientista trabalhar”.
Também defendeu capacitação e investimentos nos profissionais da saúde e suporte para que empresas brasileiras produzam mais respiradores para sustentar novos leitos de UTI.
“Saúde não é coisa, são pessoas. Não adianta fazer prédio, hospital de campanha. Pode ter prédio maravilhoso se as pessoas não forem boas a pessoa não vai.”
Afirmou ainda que São Paulo tem sistemas regionais de saúde que são importantes e acerta em buscar integração da rede privada nos atendimento. E mostrou preocupação com o norte do país e o Rio de Janeiro.
“Rio de Janeiro está em uma situação muito dura, muito difícil. Me formei la, minha irmã mora la, minha filha mora la, meu netinho mora la. Mas a prefeitura não dialoga bem com o governo do estado, a gestão está muito difícil..tem muitas favelas, muitas áreas de exclusão, muito difícil fazer o isolamento”
A íntegra do vídeo da conversa com a enfermeira pode ser vista aqui. A entrevista ao UOL está aqui.