O mariliense José Antonio Dias Tóffoli, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e irmão do ex-prefeito Ticiano Tóffoli (PT), vai presidir a partir de maio a análise de todos os inquéritos da Operação Lava-Jato. Isso porque em uma manobra interna, Tóffoli pediu e conseguiu trocar de turmas dentro do Supremo, uma situação prevista no regimento interno da casa.
Mais que a possibilidade de acompanhar o mais rumoroso caso judicial do país desde o processo do Mensalão, a nova posição de Dias Tóffoli envolve pelo menops dois fatos incomuns. Primeiro, a demora da presidente Dilma Rousseff em nomear um ministro para vaga aberta na primeira turma: sete meses com a vaga aberta
Depois, a dança das cadeiras no Supremo surpreendeu por ser exposta em plenário pelo ministro Gilmar Mendes, ex-advogado geral da União no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e indicado pelo tucano para a vaga no Supremo.
A possibilidade de Tóffoli assumir a Segunda Turma também teve um apoio indireto do ministro Marco Aurélio Melo, que poderia ter manifestado interesse na vaga e impedido a mudança. Como ele não manifestou, o STF segue com um ministro a menos e Tóffoli assume os casos a partir de maio.
Não é a primeira decisão interna que dá ao ministro Tóffoli visibilidade e polêmica. O mariliense já protagonizou pelo menos dois casos de repercussão como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
No primeiro, em uma redistribuição de processos entregou a Gilmar Mendes o julgamento das contas da então candidata eleita Dilma Rousseff. No segundo, em meio a viagem de um ministro titular, colocou em votação recursos do candidato impugnado Paulo Maluf (PP) que permitiu sua posse como deputado federal.
Dias Tóffoli tem 47 anos, é formado em direito pela Faculdade do Largo São Francisco (USP) e antes de ocupar a vaga no STF foi advogado geral da União no governo Lula, subchefe para assuntos da asa Civil, assessor jurídico da Liderança do PT na Câmara além de advogado e professor com diferentes cargos.