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MPF denuncia tesoureiro do PT e mais 26; Paulo Duque é preso no Rio

João Vaccari Neto, tesoureiro do PT
João Vaccari Neto, tesoureiro do PT

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou hoje (16) à Justiça Federal em Curitiba 27 investigados na Operação Lava Jato. Entre eles estão o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, além outros investigados na décima fase da operação.

Entre os denunciados também estão o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e executivos de empreiteitas, já investigados em outras fases da Operação Lava Jato. 

Todos são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupçao. As acusações serão julgadas pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba.

Na denúncia, os procuradores apontam novos desvios de recursos em contratos com a Petrobras. Desta vez, as obras investigadas foram a Refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, no Paraná, e na Refinaria de Paulínia, em São Paulo.

Segundo os procuradores, João Vaccari Neto participou de reuniões com Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, nas quais eram acertados os valores que seriam transferidos ao PT por meio de doações legais. Segundo o MPF, foram feitas 24 doações no valor de R$ 4,26 milhões.

PRISÃO

O ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque foi um dos cinco presos hoje (16) pela Polícia Federal na décima fase da operação Lava Jato. 

Duque – que já havia sido detido, em dezembro, na sétima fase da operação que investiga fraude em contratos da Petrobras – foi preso em casa, no Rio de Janeiro, onde também foram apreendidos, 131 quadros.

De acordo com o Ministério Público Federal, quando foi solto, 19 dias depois de ter sido preso beneficiado por um habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), Duque transferiu 20 milhões de euros de contas que mantinha na Suíça para bancos de Mônaco. 

“O dinheiro que foi bloqueado em Mônaco sintetiza a necessidade de prisão de Renato de Souza Duque para a garantia da ordem pública. Assim como Pedro Barusco devolveu aos cofres públicos US$ 97 milhões por ter celebrado acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, é necessário que Renato Duque, que não celebrou acordo, tenha seus valores auferidos ilicitamente acautelados, seja no exterior ou no Brasil, de forma que os cofres públicos possam ser restituídos na sua integralidade”, disse o procurador da República Roberson Henrique Pozzobon, um dos responsáveis pela décima fase da operação Lava Jato.