O novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite , não deverá fazer mudanças na política ambiental do governo Bolsonaro e deverá manter a equipe de seu antecessor, Ricardo Salles, que pediu demissão nesta quarta-feira . Segundo interlocutores da pasta, auxiliares de Salles serão mantidos em seus postos com a justificativa de que fazem um trabalho técnico dentro da “nova visão ambiental” implementada por Salles.
Após pedir demissão no Palácio do Planalto, Salles se despediu da equipe do Ministério do Meio Ambiente na presença do seu sucessor e recebeu o apoio dos auxiliares, que foram comunicados que não haverá alterações nos postos.
O novo ministro também defende que é preciso “um olhar econômico para a Amazônia”, assim como Salles. O ex-ministro ganhou notoriedade ao pedir que o governo passasse a boiada na área ambiental enquanto a opinião pública se preocupava com a epidemia de Covid-19 . Durante a gestão Salles, o Brasil alcançou alguns dos piores índices de desmatamento e queimadas da história do país. Em 2019 e 2020, o Brasil registrou as piores taxas de destruição da Floresta Amazônica desde 2008. Ao todo, quase 21 mil quilômetros quadrados de mata desapareceram enquanto Salles esteve no cargo .
Leite ocupava cargo de Secretário da Amazônia e Serviços Ambientais e foi escolhido para o cargo referendado por Salles. Antes de chegar ao governo em 2019, foi conselheiro por mais de 20 anos da Sociedade Rural Brasileira (SRB).
De acordo com o currículo disponível no site do Ministério do Meio Ambiente, Leite é formado em administração de empresas pela Universidade de Marília (Unimar) e tem um MBA pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
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Ele entrou no governo em julho de 2019, como Diretor do Departamento de Florestas. Em abril de 2020, foi nomeado para a Secretaria de Florestas e Desenvolvimento Sustentável. Em setembro, o nome do órgão foi alterado para Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais. Leite permanecia na função até esta quarta-feira.
O novo ministro atuou como conselheiro da SRB entre 1996 e 2019. Ele também foi proprietário de uma fazenda produtora de café, entre 1991 e 2002, e foi diretor-geral da empresa Neobrax, do ramo farmoquímico, entre 2007 e 2019.
Salles, que é alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), pediu demissão nesta quarta-feira. A exoneração dele e a nomeação de Leite foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).