No dia em que a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) anunciou liberação de obras para construir vias marginais à rodovia Marechal Rondon, em Bauru, pelo menos dois motoristas que trafegavam por Marília ficaram no acostamento com danos provocados na pista irregular e mal cuidada da SP-333, com obras paradas à espera de um contrato de concessão.
Os flagrantes registrados por um leitor do Giro reproduzem nesta terça-feira uma situação cada vez mais comum nos acostamentos da rodovia SP-333 entre Marília e o distrito de Rosália. A duplicação e implantação de “obras de arte” – novos acessos para distritos e modernização da rodovia – estão paralisadas desde que o governo incluiu o trecho da rodovia no programa de concessões, que vai transferir para uma empresa a responsabilidade pela obra com o direito de cobrar pedágio. Haverá pelo menos mais dois próximos a Marília.
O problema é que o processo de terceirização nem começou e a estrada acumula meses de obras pela metade que tornam a pista ruim, desvios esburacados e asfalto comprometido. O leitor que enviou as imagens documentou momentos em que os dois carros deixaram a pista depois de passar pelos trechos mais desgastados da rodovia.
No primeiro o motorista perdeu um pneu. No outro, “após trancos do carro”, o veículo parou no acostamento, segundo o leitor. “Agora imagine transportar uma pessoa idosa, uma criança de colo ainda nestes solavancos, com caminhões pesados cada vez mais encostados nos carros. É um trecho de viagem tensa”, disse.
A concessão e a retomada dos investimentos na estrada dependem de um grande pacote do setor, que não tem prazos definidos para ser encerrado e muito menos para reverter alguma medida de melhoria na estrada. Em Bauru, onde as obras começam com desapropriação de 44 áreas, a modernização com cobrança nos pedágios da Rondon já está autorizada e a implantação das novas avenidas deve terminar em dois anos.