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Odebrecht revela Caixa 2 para Alckmin e põe mais tucanos na Lava Jato

Odebrecht revela Caixa 2 para Alckmin e põe mais tucanos na Lava Jato

O acordo de leniência e delação premiada de executivos da Odebrecht chegou ao Palácio dos bandeirantes. A empresa confessou pagamento de caixa dois para financiar campanhas eleitorais do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) em 2010 e 2014.

A campanha Alckmin recebeu R$ 2 milhões em espécie entregues a pessoas próximas, como seu cunhado, o empresário Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama Lu Alckmin.

A revelação sobre o governador foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo e já se tornou uma das notícias mais comentadas e compartilhadas nas redes sociais. Os efeitos da delação passam a ser motivo de grande expectativa.

As acusações de envolvimento em fraudes já levaram ex-ministros, o senador Delcídio do Amaral e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para a cadeia, além de uma condução coercitiva do ex-presidente Lula.

Segundo a delação, o caixa 2 de 2014 teve como um dos operadores o atual secretário de Planejamento do governo paulista, Marcos Monteiro, político de confiança do governador.

Carlos Armando Paschoal, ex-diretor da Odebrecht em São Paulo e um dos responsáveis por negociar doações eleitorais para políticos, é um dos autores da delação, com mais 76 funcionários da empreiteira que assinaram há duas semanas um acordo de delação premiada com investigadores da Lava Jato.

CAP, como é conhecido, também revelou que a empresa pagou R$ 23 milhões via caixa dois para a campanha presidencial de 2010 do atual ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB).

Segundo uma lista divulgada pela Revista veja, o codinome de Alckmin nas listas de propina e caixa dois da empreiteira era “santo. O mesmo codinome é citado em e-mail de 2004, enviado por Marcio Pelegrino, executivo da Odebrecht que gerenciou a construção da linha 4-Amarela do Metrô, na capital paulista.

OUTRO LADO

A assessoria do governador Geraldo Alckmin distribuiu no início da tarde desta sexta-feira uma nota em que diz que qualquer recebimento para campanha fora do grupo de tesoureiros não foi autorizada. Veja a nota

Apenas os tesoureiros das campanhas, todos oficiais, foram autorizados pelo governador Geraldo Alckmin a arrecadar fundos dentro do que determina a legislação eleitoral.

O codinome Santo aparece em outros documentos oficiais apreendidos na Operação Lava Jato referentes aos anos de 2002 e 2004, sem qualquer relação com eleições disputadas pelo governador Geraldo Alckmin.

É prematura qualquer conclusão com base em informações vazadas de delações ainda não homologadas.“