Menos de 12 horas depois de a deputada Raquel Muniz (PSC-MG) dedicar ao marido, Ruy Muniz, seu voto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, ele foi preso pela Polícia Federal em operação que investiga fraudes na saúde.
Ruy Muniz é prefeito de Montes Claros, no norte de Minas Gerais, e deverá ser levado para Brasília. Ele é um dos acusados na operação “Máscara da Sanidade II – Sabotadores da Saúde” . A Polícia Federal ainda cumpre quatro mandados de busca e apreensão na prefeitura, secretaria de Saúde e na casa dos envolvidos.
“Meu voto é em homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão”, anunciou ontem a deputada em seu voto a favor do impeachment.
Raquel Muniz duirante votação do impeachment; elogio e acusação de fraude – Divulgação Câmara
Segundo a PF, os acusados usaram de meios fraudulentos para tentar inviabilizar o funcionamento dos hospitais Universitário Clemente Faria, Santa Casa, Aroldo Tourinho e Dilson Godinho, em Montes Claros.
Eles pretendiam favorecer o Hospital das Clínicas Mário Ribeiro da Silveira. Segundo a PF, a última instituição pertence ao prefeito, seus familiares e respectivo grupo econômico.
O prefeito e a Secretária de Saúde devem responder pelos crimes de falsidade ideológica majorada, dispensa indevida de licitação pública, estelionato majorado, prevaricação e peculato.
Em nota, a prefeitura de Montes Claros esclareceu que o prefeito permanece em pleno exercício do cargo e que todos os órgãos continuam funcionando normalmente.
“A administração tem plena convicção de que a decisão absurda será revertida com a maior brevidade possível, por entender que a Justiça Federal foi induzida ao erro ao receber informações que não se harmonizam com a verdade”, diz a nota.