O ouvidor das policiais Civil e Militar Júlio César Fernandes esteve em Bauru nesta sexta-feira para ouvir depoimentos de estudantes que sofreram repressão durante uma ocorrência de perturbação de sossego na cidade. Fernandes disse que os indícios de que houve uso excessivo da força é “assim flagrante”.
“O olho de um menino totalmente estraçalhado, não ficou cego por muito pouco. Estamos na cidade Sem Limites mas a polícia precisa ter limites” disse o ouvidor em entrevista à TV Tem.
O ouvidor anunciou ainda que pediu ao Ministério Público a indicação de um promotor para acompanhar o caso desde agora e os policiais sejam “vistos do jeito que agiram, não só pela polícia”.
O ouvidor disse ainda que é preciso que as ações dos policiais sejam vistas como um “mau exemplo” e que os estudantes poderiam até ter sido presos, mas não “agredidos como foram”.
O caso aconteceu no dia 15 de maio quando a polícia recebeu uma queixa de perturbação de sossego por um churrasco que acontecia em uma república. Os policiais que atenderam a chamada disserem ter sido desacatados e ofendidos por um estudante, que recebeu voz de prisão.
O aluno teria sido levado para dentro da casa e um pedido de reforço levou 11 viaturas e mais de 20 policiais para ocorrência., Houve disparos de bala de borracha, agressões e até meninas feridas.
A Polícia Militar também abriu um inquérito para apurar os fatos e informou que qualquer irregularidade na conduta dos policiais será devidamente punida. O comandante do Quarto Batalhão da Polícia Militar, o tenente-coronel Flávio Kitazume informou que está recolhendo provas como fotos e filmagens para a investigação.