A defesa do padre Gustavo Trindade dos Santos, acusado de provocar a morte de Ângelo Marcos dos Santos Nogueira por atropelamento durante uma perseguição, apresentou resposta à denúncia de homicídio no caso, negou dolo eventual mas adiou apresentação de mais detalhes.
A resposta é manifestação aio agravamento da denúncia no caso, ampliada após a morte de Ângelo, ocorrida em julho, dois meses depois do acidente. A defesa técnica reproduz detalhes da acusação, como descrição de percurso e dos fatos até Ângelo ser atingido pelo veículo dirigido pelo padre.
“Com as provas até então constantes nos autos, a defesa demonstrará que os fatos não se sucederam da forma descrita na denúncia, não obstante a narrativa do percurso e da ordem cronológica dos eventos, o elemento subjetivo do tipo (dolo eventual) não restou evidenciado ao ponto de se lançar tamanha acusação em desfavor do réu”, diz o documento.
Mas como é padrão em procedimentos desta natureza, a defesa evitou antecipar detalhes dos argumentos. “O momento oportuno para discutir o mérito virá após as provas serem colidas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa”, argumenta.
O caso aconteceu em maio deste ano depois de Ângelo invadir a Paróquia São Sebastião em Santa Cruz do Rio Pardo para furto. O alarme da paróquia revelou a invasão e Ângelo fugiu. O padre iniciou a perseguição.
Imagens de sistema de segurança na rua mostram que o padre subiu com o carro na calçada e atingiu Ângelo, que foi jogado contra o veículo e depois empurrado para a garagem de uma loja, onde acabou prensado pelo veículo.
O padre então engatou ré no veículo e deixou o local. Ângelo faleceu em julho e uma perícia aponta os ferimentos do acidente como agravantes para o óbito. O Ministério Público acusa o religioso de homicídio cometido sem condições de defesa pela vítima.