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Pichações nazistas atacam negros em universidade

Pichações nazistas atacam negros em universidade

O almapreta.com, site de ativismo em prol dos direitos e da identidade do negro no Brasil, publicou quinta-feira (06) uma reportagem denunciando o racismo no campus da Unesp de Bauru. Dentro de um dos banheiros da intituição, um cartaz de conscientização pelo fim do racismo no campus, foi pichado com uma suástica nazista. A assessoria de imprensa da FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação) da Unesp de Bauru confirmou à reportagem do Giro Marília a ocorrência do fato. A reitoria da universidade , através de uma nota, repudiou o fato.

Não é a primeira vez que o racismo é relatado em uma unidade da Unesp. Segundo o site almapreta.com, em 2015, ao menos dois casos semelhantes foram registrados e denunciados, em julho e agosto, em Bauru-SP e Ourinhos-SP, respectivamente.

“Este ano, em abril, outra denúncia foi feita na unidade de São José do Rio Preto-SP, e novamente, em maio, na unidade de Rio Claro-SP. Agora, Bauru volta a receber ataques”, relata a reportagem.

O texto diz ainda que o cartaz pichado em Bauru foi criado pelo movimento Coletivo Negro Kimpa, como parte de uma ação de conscientização, em vista da continuidade do racismo na instituição e da apatia das unidades e da reitoria no combate a esse tipo de ação, que se repete.

O Coletivo Negro Kimpa reúne estudantes negras e negros para realizar ações de formação, debate e denúncia sobre a questão racial. Grupos semelhantes se reúnem em pelo menos 9 das 23 unidades da UNESP no estado de São Paulo. 

A maioria tem um histórico comum, e surgiram a partir de 2014. O ano marca  o início da política de cotas na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, a UNESP, que segue sendo a única das universidades estaduais de São Paulo a possuir um programa de ingresso por cotas raciais. Naquele ano, a UNESP reservou 15% de suas vagas para alunos de escola pública, dos quais 35% são reservadas para Pretos, Pardos e Indígenas. A medida é progressiva, e a meta é que a reserva total atinja 50% das vagas em 2018.

Uma das reclamações ouvidas na universidade é a falta de uma política institucional de combate ao racismo, mesmo diante da realidade brasileira e do sistema de reserva de vagas.

Pichações racistas, nazistas e homofóbicas vêm sendo denunciadas em diversas universidades e já surgiram na USP e no Mackenzie, em São Paulo-SP, por exemplo, como relatou a reportagem do Alma Preta, em 2015.