Tem uma cidade em Marte tão infestada, mas tão infestada de mosquito da dengue, que assusta até porco espinho.

São tantos mosquitos que tem mosquito com medo de mosquito. Alguns, mais precavidos, dizem aos filhotes – muriçocas – para se prevenirem com camisinha.

Tá aí, quem sabe a saída para combater a epidemia marciana não seja plastificar todos os mosquitos.

O lema da campanha: “Cidadão marciano, encapsule seu mosquito – o porco espinho agradece”.

Fico imaginando um diálogo entre o porco espinho e o mosquito (triunfante).

Porco espinho: ”pô cara, dá uma trégua! Não tá vendo que o país está em crise?”.

Mosquito triunfante: “Então, meu amigo, eu sou o resultado da crise”.

Porco espinho: “Tenha consciência social”.

Mosquito triunfante: “Justo você falando disso?”
(mosquito com consciência política é outra coisa)

Porco espinho: “Rapaz, não vê que fazemos o que é possível e imaginário?” 

Mosquito triunfante: “Rapaz, mais uma dessas e me mando. Quê imaginário é esse, cara? Tô na pista desde 2012”.

Porco espinho: “Você não dá uma brecha, colabora com o Poder Público”.

Mosquito triunfante: “Disse tudo. Poder, sim. Público nunca.”

Porco espinho: “Quer saber, me enchi de você…vou te encher de porrada, quer dizer, de espinhos”.

Mosquito triunfante: “Coitado…além de tudo é lerdo e leso…”.

Porco espinho: “Olha aqui! Não sou um paquiderme cascudo”.

Mosquito triunfante: “Realmente, você é uma anta parada”.

Porco espinho: “Não tem respeito por nada?”.

Mosquito triunfante: “tenho sim, mas só por quem demonstra ter um mínimo de inteligência”.
(Porco espinho sem consciência ambiental é dose pra elefante)

Mosquito triunfante: “Ê vida insólita. Sou mais eu: pernilonga manus da lei da incompetência”.

Esta é a história de um porco espinho e de um mosquito bicudo e bocudo. Qualquer coincidência com a realidade, é mera semelhança.