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Presa, ex-Miss Brasil Trans usava nomes falsos e atraia clientes em boates

Presa, ex-Miss Brasil Trans usava nomes falsos e atraia clientes em boates


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Policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) descobriram que Mikaelly da Costa Martinez, de 25 anos, transexual que seria chefe de uma associação criminosa que roubava durante programas sexuais, usava nomes falsos para entrar em boates e atrair os clientes no Rio. Ela, que nasceu em Mato Grosso do Sul e recebeu o título de transexual mais bonita do Brasil ao vencer o Miss Brasil Trans 2019, foi presa preventivamente na Praia de Ipanema, na Zona Sul da cidade. O inquérito apontou que, após selecionar as vítimas, ela as levava a motéis, onde as dopava e subtraía alguns dos seus pertences, como celular, relógio e cartões de débito e crédito.

De acordo com o delegado Leandro Gontijo, titular da 16ª DP, como já constava como integrante da chamada “lista vermelha” de casas noturnas do Rio, na qual são elencados os frequentadores cuja entrada é proibida, Mikaelly se identificava com outros nomes nesses estabelecimentos. Em um deles, chegou a dizer que se chamava Poliana Coutinho e apresentou dados como número de identidade e de celular também falsos.

Contra Mikaelly foi cumprido um mandado de prisão pelo roubo contra um cliente que ela conheceu por volta de meia-noite de 16 de julho, em um bar na Avenida Érico Veríssimo, na Barra da Tijuca. Na delegacia, ele contou que a chamara para ir embora com ele quando estava na fila de saída. Os dois entraram no carro dele e seguiram em direção a um motel na Barrinha. No estabelecimento, a transexual teria lhe dado uma lata de cerveja com algum tipo de substância.

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Ainda segundo o depoimento, o rapaz disse se recordar somente do momento em que percebeu que estava sem a carteira e o celular. Ao questionar Mikaelly, ela disse que chamaria no quarto uma amiga e, momentos depois, apareceu com seu comparsa, Alexandre Porto Furtado Júnior, que está foragido. A vítima acusou a transexual de roubar seus pertences. Segundo ele, a Miss saiu correndo, entrando em um carro de aplicativo. Ao pagar a conta do motel, ele percebeu que teve três cartões de débito e crédito roubados. Dias depois, foram feitas três transações financeiras de R$ 6 mil e uma tentativa de empréstimo de R$ 5 mil.

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Em outro procedimento, Mikaelly é suspeita de um crime semelhante. Nesse caso, foram feitas transferências bancárias por meio de PIX para a conta dos criminosos.

As investigações mostraram que Mikaelly utiliza diversos nomes, o que dificulta sua identificação nos crimes. Apenas em Mato Grosso do Sul, ela possui 17 anotações criminais por furto, além de dano e receptação. Em 1 de janeiro de 2015, ela foi presa em flagrante por matar a travesti Douglas dos Santos Pinheiro, conhecido como Verônica Bismark, com um golpe de canivete em Coxim, a 260 quilômetros de Campo Grande. Ela também é suspeita de crimes em São Paulo e em Santa Catarina.

Há dois anos, Mikaelly foi coroada Miss Brasil Trans, tido como o mais importante concurso de beleza para “mulheres travestis e transexuais brasileiras, com décadas de tradição e inclusão”, de acordo com a organização. Na ocasião, ela vestia um figurino inspirado em rainhas medievais avaliado em R$ 30 mil.

“Eu me dediquei o ano todo para a tão sonhada coroa e tive uma equipe que me apoiou desde o começo, com estilista, maquiador, coreógrafos e professores para uma melhor oratória. Sou grata a toda essa equipe”, disse ao portal Campo Grande News à época.

Na tarde de ontem, porém, a organização do concurso Miss Brasil Trans informou que ela perdeu o título de 2019. “A organização do concurso comunica que a miss de 2019, Mikaelly Zanotto, perdeu o seu título devido a conduta irregular perante a lei. A atitute isolada dela (caso único em 27 anos) não reflete a nossa filosofia de empoderamento e visibilidade positiva”, disse, em comunicado divulgado nas redes sociais.