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Procurador investiga abusos em protestos de SP

Procurador investiga abusos em protestos de SP

O procurador-geral Márcio Elias Rosa ressaltou que o MP atuará para verificar os abusos cometidos durante os atos, seja de civis ou policiais. “O direito à manifestação deve ser respeitado. O que não é tolerável é o cometimento de crime. Precisamos demonstrar a responsabilização de todos aqueles que praticam abuso. A população não pode ser penalizada nem perder o direto de manifestação.”

O secretário estadual de Segurança Pública lamentou a ausência do MPL no encontro de hoje e relatou que o próprio órgão entrou em contato com o grupo para marcar uma reunião para as 18h de ontem e depois para as 9h de hoje. Depois, suspendeu a reunião por causa do encontro proposto pelo Ministério Público. “Houve o convite da secretaria e os representantes disseram que levariam a questão para assembleia para uma reunião ontem que foi recusada devido ao horário. Remarcamos para hoje e suspendemos para que todos pudessem estar presentes aqui”, afirmou Moraes.

Alexandre de Moraes reiterou que a Constituição é inegociável garantindo o direito à manifestação, desde que seja feita a prévia comunicação e com a proibição do porte de armas. “Deve haver prévia comunicação para que as autoridades de trânsito, transporte e segurança possam adequar o local para garantir o direito de milhões de transitarem livremente e não serem prejudicados. Se não formos comunicados sobre o trajeto, vamos delimitar o local”, reafirmou.

O secretário disse também que a ação da Polícia Militar (PM) na manifestação de terça-feira (12) foi absolutamente necessária porque os manifestantes se negaram a fazer o trajeto determinado pela PM. “Na terça-feira, houve negociação por mais de uma hora e meia para que eles fossem pela Rua da Consolação. Eles se recusaram e passaram a forçar o cerco que impediria a descida pela Avenida Rebouças, que não foi preparada para a manifestação.”

Alexandre de Moraes afirmou que os abusos cometidos durante as manifestações serão apurados em inquérito policial, mas disse que a PM deve atuar com rigor quando necessário e fará isso dentro da legalidade. “Às vezes, as pessoas não entendem por que são lançada bombas de gás. Nesse momento é preferível a bomba de gás para dispersar ao embate físico, que acaba gerando mais feridos. Não é compreensível que os manifestantes acabem se lançando contra a polícia quando há um imenso campo para manifestação.”

O secretário de Governo da prefeitura, Francisco Macena, defendeu o diálogo e as manifestações pacíficas, mas condenou os movimentos que não avisarem qual será seu itinerário ou desrespeitarem o que foi acordado com as autoridades. “A cidade convive com manifestações toda semana. Respeitamos todas, e o que nós queremos com a mediação é que possamos ter o mínimo de civilidade nesses atos para não prejudicar o conjunto da cidade. Impossível fazer a organização e garantir que as pessoas que não estão na manifestação possam se locomover sem o mínimo de planejamento.”