Uma nova rusga surgiu no relacionamento entre as forças-tarefa da Lava Jato e subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Uma proposta de unificar as equipes de investigação em um órgão nacional – apoiada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras – está incomodando os procuradores . Caso aprovada, eles perderiam a autonomia garantida na Constituição e ficariam sob o controle de Aras.
A questão se fortaleceu depois do pedido de Lindôra para ter acesso a dados sigilosos da Lava Jato, que não foi bem recebido . Ela foi indicada por Aras para ser a representante da PGR na operação.
No entanto, a ideia de unificação das forças-tarefas não é de hoje – ela já foi discutida ainda na gestão de Rodrigo Janot na PGR. A proposta, hoje, é debatida no Conselho Superior do Ministério Público Federal e tem o suporte do procurador-geral da República.
O objetivo é criar a Unidade Nacional de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado , a Unac, para agregar a atuação das forças-tarefas. Hoje, há quatro: a Lava Jato no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Curitiba; e a força-tarefa da operação Greenfield, em Brasília, sobre desvios em fundos de pensão.
A coordenação nacional , caso aprovada, seria sediada em Brasília, e combateria : corrupção, atos de improbidade administrativa e crime organizado.
Com essa união, durante uma investigação, um procurador poderia acionar a Unac para aumentar sua equipe, se julgasse necessário.
Nesse caso, o coordenador da Unac teria um mandato de dois anos. Segundo o projeto, ele seria escolhido pelo procurador-geral da República a partir de uma lista tríplice eleita pelos subprocuradores-gerais.