Chega de pedir só verbinhas para ração, campanhas para remédios, suporte para levar ou buscar um animal. Um manifesto de ativistas e protetores de Garça quer muito mais. Com abrigo lotado e ruas sobrecarregadas de casos de abandono e violência, eles querem políticas públicas de acolhimento, tratamento, castração, proteção e encaminhamento.
O pacote de medidas está em um projeto ousado que um grupo responsável pelo abrigo da cidade articula. Envolve programa com previsão de veículos e equipe para coleta dos animais, ponto estruturado de abrigo, programa de incentivos a famílias adotantes ou de lares temporários e de fiscalização com multas para quem maltrata e abandona.
Há até iniciativas mais complicadas na puta, como a identificação de animais recolhidos com chips, como forma de rastrear e combater abandono. O projeto envolve alguns voluntários, mas esbarra nas alegações de crise financeira e não sai do papel.
Enquanto isso o abrigo dos ativistas tem 31 animais, está sem luz porque a fiação foi roubada e vive de doações e trabalho voluntário, complicado pela falta de estrutura e pelos chamados diários para salvar algum animal.
A jornalista Renata Koury, uma das mais envolvidas protetoras da cidade, repete em Garça um mantra que a ONG Adote Animais lançou em Marília: “estamos enxugando gelo”.
“Já temos a lei, mas ela não é cumprida. Precisamos incluir multas aos maus-tratos e abandono, criar uma ouvidoria de atendimento, formalizar um abrigo estruturado”, diz Renata,
O projeto completo é ousado. Envolve formação de um centro de triagem, serviços de atendimento a baixo custo, financiamento com arrecadação de multas a empresas e pessoas que abandonam os animais, catalogar lares temporários e criar mecanismos de acompanhamento veterinário.
Enquanto a ideia não sai do papel, os voluntários seguem no abrigo sem bombeamento de água, sem iluminação de galpão, em campanhas permanentes para arrecadar ração, remédios, lares temporários improvisados e suporte de voluntários. E convidam a população de Garça a participar.