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Soldado denuncia agressões e tortura durante trote no Exército

Soldados da brigada de infantaria durante treinamento – Tomaz Silva/ Agência Brasil
Soldados da brigada de infantaria durante treinamento – Tomaz Silva/ Agência Brasil

Um soldado da 27ª Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro, denunciou um caso de tortura e humilhações no trote de acesso ao batalhão, um dos postos de elite no exército brasileiro. Ele deixou a brigada após o caso.

As agressões, segundo a denúncia, não passaram de dois minutos. Neste período o militar teria levado chutes e foi espancado com pedaços de pau, fios e plástico.

Ainda segundo a denúncia, a agressão terminou quando um dos envolvidos gritou “soltem o cachorro” e um cabo, com apelido de “Cachorro Louco”, pulou sobre o soldado e mordeu suas nádegas a ponto de arrancar pedaço.

O corpo do rapaz ficou coberto de marcas e lesões, incluindo um sangramento no pênis que levou à extração de um dos testículos. O caso foi registrado no Hospital Central do Exército.

O caso foi revelado pelo jornal O Globo. Segundo a reportagem, o Exército informou que entre 2014 e 2016 investigou cinco ocorrências de maus-tratos, lesão corporal e outros excessos cometidos em unidades militares do Estado do Rio.

Em nota, o Exército afirmou que o caso do militar foi apurado em um Inquérito Policial Militar (IPM nº 04/2016) instaurado pelo comandante da 27ª Brigada de Infantaria Paraquedista e que gerou o indiciamento de oito cabos envolvidos.

“Todos os militares indiciados no referido IPM foram licenciados em 28 de fevereiro de 2017”, diz o texto da nota. A Justiça Militar da União recebeu a denúncia feita pelo Ministério Público Militar em 14 de março de 2017, o que gerou um processo na 3ª Auditoria da 1ª Circunscrição da Justiça Militar. A audiência de conhecimento está agendada para o próximo dia 10 de maio de 2017.