Nacional

Tribunal mantém decisão para novo julgamento do Massacre do Carandiru

Tribunal mantém decisão para novo julgamento do Massacre do Carandiru

 A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu nesta terça, por maioria de votos, submeter  os policiais militares pelas mortes e agressões no caso conhecido como Massacre do Carandiru, com terminou com a morte de 111 presos. A decisão mantém julgamento que anulou o primeiro júri, quando os policiais foram condenados a penas de 48 a 624 anos de prisão.

Os embargados infringentes discutiam apenas as consequências jurídicas da anulação do júri: se os réus deveriam ser submetidos a novo julgamento ou se haveria a extensão da absolvição de três réus – ocorrida em primeiro grau – aos demais policiais acusados, ponto que causou divergência no julgamento da apelação. Embargados infringentes são um tipo de recurso cabível quando a decisão da apelação não é unânime.

 A maioria dos desembargadores entendeu que o caso deve ser novamente analisado pelo Tribunal do Júri, em respeitado à soberania do júri, prevista na Constituição Federal. Participaram do julgamento os desembargadores Luis Soares de Mello Neto (relator), Euvaldo Chaib Filho, Ivan Ricardo Garisio Sartori (voto divergente), Camilo Léllis dos Santos Almeida e Edison Aparecido Brandão acompanharam o voto do relator.

Julgamentos

Após o julgamento da Apelação, em setembro de 2016, a 4ª Câmara Criminal também já havia julgado outros dois recursos sobre o caso Carandiru: Embargados de Declaração (novembro de 2016) e os Embargos Infringentes (abril de 2017). No entanto, o Ministério Público (MP) entrou com outro recurso (Recurso Especial) no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob o argumento de que, no julgamento dos Embargados de Declaração, o TJSP teria deixado de se pronunciar sobre aspectos apresentados no recurso.

Em abril deste ano o STJ acolheu o pedido do MP e determinou que o Tribunal realizasse novo julgamento dos embargos. Dessa forma, os Embargos de Declaração foram novamente analisados em maio (sendo rejeitados) e hoje foi refeito o julgamento dos embargos infringentes.