A escavação para implantar galeria para escoamento de água das chuvas feita em obras da praça de pedágio no KM-693 da SP 294 encontrou fragmentos de dinossauros e outros fósseis a uma profundidade de 20 metros da superfície.
Entre dezenas de fragmentos estão ossos de titanossauros – dinossauros conhecidos pelos longos pescoços, quadrúpedes e herbívoros que podiam alcançar por volta de 20 metros – e dentes isolados de abelissaurídeos, dinos predadores bípedes, que chegavam a até nove metros de comprimento.
Outros fragmentos extraídos sugerem que, no Período Cretáceo, a região era formada por rios e lagos. O material catalogado também inclui ossos, escamas e dentes de crocodiliformes; escamas de peixes; e restos de cascos e esqueletos de cágados, uma fauna que viveu por volta de 85 milhões de anos atrás.
As obras foram paralisadas e por 15 dias o local foi isolado para os trabalhos de escavações feitos pelo paleontólogo Fabiano Vidoi Iori e pelo biólogo Leonardo Paschoa.
Os dois são pesquisadores do Museu de Paleontologia Pedro Candolo, em Uchoa, a 300 quilômetros do local da descoberta.
Responsável pelo salvamento e catalogação dos fósseis, Iori afirma que análises mais aprofundadas podem trazer novidades sobre os estudos da paleontologia na região.
“Dentre os fósseis coletados, temos peças bem importantes, em especial os fragmentos cranianos, que vão permitir investigar mais a fundo se as espécies descobertas são inéditas ou já catalogadas na região”, explica.
Os fósseis estão no Museu de Paleontologia de Uchoa e estarão expostos na reabertura do espaço, atualmente fechado em cumprimento às medidas restritivas de combate à pandemia.
“A descoberta exigiu uma mobilização rápida para que o salvamento desse material ocorresse de imediato. Foi um trabalho que envolveu trabalhadores do setor de obras regional, maquinário, além de modificar o cronograma de construção da praça”, afirma Gabriel Bispo da Silva, supervisor de Meio Ambiente da Eixo SP, concessionária responsável pela rodovia e pelas obras.