Essa semana resolvi escrever sobre a importância da mastigação, tem sido uma dúvida comum entre as mamães a idade correta de começar a oferecer alimentos sólidos, como é feita a transição, muitas têmmedo que seu filho engasgue, mas a maioria das mães esquecem ou não sabem como é importante o ato de mastigar para o desenvolvimento da criança.
A mastigação é uma função muito importante para o desenvolvimento facial (e geral) da criança. Ela é uma função aprendida e desenvolvida ao longo de toda a vida, responsável por quebrar os alimentos em pedaços menores para facilitar a digestão e absorção dos nutrientes.
A criança deve aprender desde cedo a comer mastigando muito bem os alimentos. O exercício desenvolvido na mastigação envolve estruturas como dentes, língua, músculos, ossos e articulações que trabalham de maneira conjunta, possibilitando o desenvolvimento harmonioso das estruturas da face. O problema que vivemos hoje é que a alimentação moderna, como as papinhas tem prejudicado essa função tão importante para o desenvolvimento infantil.
O aleitamento materno é o alicerce para uma mastigação saudável e desenvolvimento da face e da boca. Ao sugar o leite do seio materno a criança estimula o crescimento harmonioso da face e prepara a boca, bochechas, língua, ossos e músculos para receber alimentos em novas texturas no futuro. Um dos motivos por tantas campanhas incentivando a amamentação.
Por volta dos 6 meses, a criança já apresenta maturidade fisiológica e neurológica para receber alimentos em novas consistências, além da líquida. Ela consegue manter a cabeça equilibrada em relação ao tronco, e seu desenvolvimento global já permite uma melhor movimentação da mandíbula para melhor exercer a função de mastigação. Nessa fase podem ser oferecidos novos alimentos por meio de colher.
A alimentação complementar ou de transição compreende a oferta de outros alimentos, além do leite materno, que são preparados especialmente para a criança. A introdução desses alimentos, além de oferecer novos nutrientes para o crescimento e desenvolvimento adequados, permite que a criança alcance progressivamente os hábitos alimentares da família. Esse é um período de adaptação da criança à oferta de alimentos em novas texturas, sabores, odores e cores e exige muita dedicação e participação da família.
A erupção dos primeiros dentes anteriores superiores e inferiores promove uma grande alteração na posição e relação entre a maxila e mandíbula. Nessa fase, a criança aprende a mastigar utilizando os dentes, pois começa a cortar ou “rasgar” os alimentos e fazer movimentos mastigatórios de abertura e fechamento. Recomendamos amassar com o garfo.
É fundamental oferecer alimentos em novas consistências até os 10 meses de vida, visto que a introdução tardia parece estar associada com pior aceitação e maior dificuldade mastigatória. Ao completar um ano, a criança deve estar apta a receber a alimentação da família. Nesse período, devem ser evitados alimentos industrializados, ricos em gordura e açúcar, que conferem maciez, crocância e baixo teor de fibras e consequente baixo ou nenhum esforço mastigatório.
Assim, podemos afirmar que as diferentes texturas dos alimentos promovem o estímulo e o “treino” gradativo do aprendizado da mastigação, que estimula os músculos e os movimentos de lateralidade da mandíbula, para promover o crescimento ósseo da face.