A Prefeitura de Marília congelou a contabilidade dos números de caso de dengue, apesar de a cidade viver a maior epidemia da história e estar oficialmente em estado de emergência, com direito a contratos emergenciais por causa da econômica.
Desde a semana passada o número de casos divulgados estacionou em 15;207 pacientes, algo como um caso da doença para cada 16 moradores da cidade. A epidemia continuou avanço, as contas pararam.
“Nós tivemos a mudança do Data Center da Prefeitura e isso causou instabilidade no sistema de todas as repartições do município. A procura nos postos de saúde tem diminuído bastante nos últimos dias. Em breve, os números serão atualizados”, informou a prefeitura em nota enviada ao Giro Marília.
O “dengômetro” oficial, publicado em uma página do site oficial da prefeitura – CLIQUE AQUI – já era considerado defasado quando passou a ser divulgado, no auge da epidemia.
Além de contar o número de pacientes atingidos pela doença, a página também divulga um balanço das mortes provocadas por dengue na cidade. Oficialmente foram oito, com outras dez em investigação – há meses – enquanto a cidade tem pelo menos 14 atestados de óbito registrados com a dengue como causa da doença.
A preocupação com a contabilidade não é apenas uma questão de ranking ou forma de medir o problema. A evolução dos casos orienta medidas de prevenção como bloqueios, serviços de eliminação de focos do mosquito, controle de limpeza urbana e outras ações de saúde pública.
A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e pode se manifestar em quatro tipos diferentes de vírus, com variações mais agressivas, como a dengue hemorrágica.
Identificada por febre alta, dores pelo corpo – com casos mais específicos, como fundo dos olhos – manchas vermelhas na pele e coceira. Queda da pressão e perda de plaquetas são algumas das consequências que podem levar a choque e morte dos pacientes com dengue. Além de evitar remédios anticoagulantes, como aspirina, é preciso ingerir muita água.