Desde que a Covid-19 começou assolar os quatro cantos do planeta, cientistas e autoridades trabalham para produzir uma vacina para combater a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-coV-2).
Em meio ao avanço da enfermidade no Brasil, boatos e correntes nas redes sociais espalham a ideia de que há uma “arma poderosa” e ao alcance de todos no combate à Covid-19 : a vitamina D .
Ao Portal iG , a pediatra e imunologista Lilian Zaboto, médica tenente da Força Aérea Brasileira e membro da da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIM), refutou os relatos sobre a substância. “A vitamina D não ajuda a combater a Covid. Ela é importante para o metabolismo do Cálcio e do fósforo ajudando portanto, a fortificar os dentes e ossos além do funcionamento do cérebro”, iniciou ela.
“Porém, ela previne doenças virais , bacterianas e inflamatórias, além das auto imunes que podem estar associadas a deficiência de hipovitaminose D”, completou a médica.
No Brasil, a chegada do inverno – que aconteceu no último sábado (20) – preocupou o Ministério da Saúde , pois nesta época do ano costuma-se aumentar o número de doenças, incluindo possivelmente a que abala o País neste momento.
Consumir a vitamina D pode não combater o novo vírus, mas ajuda a manter a imunidade alta , que segundo a Dra. Lilian Zaboto, é um bom caminho para a prevenção.
“Mantendo a imunidade alta durante a pandemia, além de diminuirmos os riscos de adquirir a doença Covid, com seus riscos de internação e óbito, diminuímos também o risco de se adquirir qualquer outra doença. As pessoas não ficando doentes, diminuem as idas a hospitais, com menos riscos também de se infectar pelo vírus, além de não sobrecarregarem o sistema de saúde”, deliberou ela.
O que fazer para manter a imunidade alta?
Além da vitamina D, o corpo humano depende de outros nutrientes para manter-se saudável. Todavia, para garantir especificamente os “estoques” da vitamina D, de acordo com Zaboto, pode-se comer alimentos como carne, ovos, peixes (sardinha e salmão), leite e derivados. Castanhas e nozes, couve, espinafre e feijão também são ótimas fontes da substância.
“É importante ressaltar que a síntese de vitamina D ocorre na presença do sol. Recomendamos o banho de sol de 10 minutos por dia, sem o uso do protetor solar antes das 10 e após às 16h00”, declarou a imunologista.
Caso a pessoa não cuide de suas “reservas” da vitamina, as consequências podem ser graves. “A falta pode levar ao raquitismo em crianças e causar osteoporose, principalmente nas mulheres adultas. Também levar ao aumento do número de infecções por sua ausência no sistema imunológico”, continuou a médica.
Porém, cuidado na dosagem. O exagerado consumo também pode gerar problemas à saúde. “Quando há alto aumento de vitamina D, há risco de hipercalcemia, ou seja quando a taxa de cálcio no sangue está acima da considerada normal, e cujo os sintomas podem ser fadigas, fraqueza muscular, anorexia, problemas renais e até desidratação”.
Como se manter seguro da Covid-19?
Em linhas gerais, enquanto não há vacina ou remédio que combata à Covid-19 , a recomendação da Organização Mundial da Saúde ( OMS ) envolve lavar as mãos com frequência, cobrir o nariz ao espirrar, manter-se em isolamento social e, caso precise sair de casa, faça uso da máscara.