Há poucas semanas, a apresentadora de TV Ana Maria Braga revelou para o público a sua nova luta contra o câncer. Desta vez, a artista que já enfrentou outros dois pequenos cânceres nos pulmões, será tratada contra um adenocarcinoma na mesma área.
No programa, Ana Maria ainda compartilhou outro detalhe sobre o tratamento: serão feitas sessões de radioterapia e imunoterapia .
Felizmente, a imunoterapia representa otimismo para quem entende do assunto. De acordo com Márcia Datz, diretora médica do laboratório MSD, o tratamento – ainda recente no Brasil – representa uma maneira mais eficaz e menos agressiva de lidar com a doença.
Hoje, muitos medicamentos imunoterápicos já são produzidos e testados por farmacêuticas brasileiras, com regulação para uso no Brasil. Outros – voltado para tumores específicos – aguardam autorização.
“Nós sempre soubemos que o corpo deveria combater o câncer, mas algo nas células tumorais não permitia que o corpo identificasse e combatesse aquilo como uma ameaça. Após muitos estudos, porém descobrimos pontos entre os tumores e células neurológicas que causavam esse não reconhecimento”, contextualiza. “A imunoterapia, então, busca cortar essa ligação”.
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Vantagens da imunoterapia
Quando comparada à quimioterapia, uma dos tratamentos mais conhecidos contra o câncer, a imunoterapia sai na frente por causar muito menos efeitos colaterais. “Na quimioterapia, o remédio mata as células com um comportamento específico, em geral as que se reproduzem muito rápido. Entre elas está o câncer, mas também estão outras células importantes do corpo”, explica.
Apesar de reduzidos, porém, a terapia não é completamente isenta de riscos, além de não ser aplicável para todos os tipos de câncer – como é comum em tratamentos dessa natureza. “O risco da imunoterapia é uma resposta exacerbada contra as próprias células, ocasionando em doenças auto-imunes que exigem ajustes e tratamentos específicos”, diz.
A profissional de saúde também que reforça que, mesmo que haja comparações e prioridades entre os tratamentos, o objetivo é alcançar o mínimo de remissão para o paciente combinando métodos. “O desafio é combinar outras coisas, inclusive a quimioterapia, para alcançar o melhor dos resultados”, diz.
Ainda de acordo com Márcia, o tratamento possui um impacto mínimo na vida do paciente. “O medicamento é administrado por via endovenosa . O paciente recebe a dose e não fica internado. Volta para e casa e, com uma variação para cada caso, recebe novas doses em um espaço de tempo determinado”.
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Para quais tipos de câncer serve a imunoterapia?
Entre os tipos de tumores que já podem se beneficiar do tratamento com imunoterapia no Brasil estão os cânceres de pulmões, rins, melanoma, câncer de cabeça e pescoço e o câncer de bexiga.