Embora seja uma medida necessária e eficaz para reduzir os danos do avanço da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no mundo, o isolamento físico pode trazer danos à saúde mental – sobretudo quando associado ao medo e ansiedade sobre a nova doença. Pensando nisso, alguns grupos de psicologia e profissionais autônomos passaram a oferecer o serviço gratuitamente para quem precisa.
As consultas ou plantões podem ser realizadas online por vídeo chamada ou ligação em plataformas específicas. Na maioria dos casos, é necessário agendar a consulta e preencher uma ficha sobre o histórico do paciente , mas existe também a possibilidade de plantões psicológicos para casos emergenciais.
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Para residentes do estado de São Paulo, o portal Psicologia Viva disponibiliza atendimento psicológico online gratuitamente durante a quarentena. A plataforma, que permite que o usuário converse com psicólogos autorizados com sigilo e facilidade, exige apenas um agendamento e cadastro no site.
Com um propósito parecido, mas abrangência em todo o Brasil, a rede ” Relações Simplificadas ” oferece experiências de escuta por vídeo chamada. A plataforma, porém, explica que – embora seja formada por psicólogos – as sessões não configuram terapia ou psicoterapia, mas uma iniciativa de acolhimento.
Também merece destaque o grupo Escuta 60+ , no qual oito terapeutas, entre psicólogos, psicanalistas e acompanhantes terapêuticos da área de envelhecimento oferecem atendimento gratuito de acolhimento por telefone a pessoas com mais de 60 anos, o grupo mais atingido pelo Covid-19.O atendimento pode ser feito sem agendamento pelo telefone (11) 3280-8537.
Outro grupo de profissionais que segue uma iniciativa voluntária pode ser encontrado no Ceará, onde o Grupo de Estudos Pesquisas e Ações em Psicologia de Orientação Psicodramática (Grupo Creare) decidiu abrir uma seção no site do projeto para disponibilizar atendimentos gratuitos por videoconferências no WhatsApp para todo o Brasil. Os profissionais cadastrados são de vários estados brasileiros, desde o Ceará até o Rio Grande do Sul.
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Já em Garanhuns, no interior de Pernambuco, a residência Multiprofissional em Saúde Mental da Universidade de Pernambuco (UPE), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e o Serviço de Atenção Psicológica Professora Lindair Ferreira de Araujo (SAP/UPE) montou o projeto “Saúde Mental na Rede”. A população interessada em receber acolhimento ou obter outras informações, pode entrar em contato pelos telefones: (87) 9.8120-5433, (87) 9.9646-9123 e (87) 9.8149-2652.
Voltada apenas para a comunidade da Universidade de São Paulo, o Instituto de Psicologia da USP também desenvolve um projeto de apoio psicológico online. De acordo com o professor Pablo Castanho, um dos coordenadores da iniciativa, o projeto conta com 49 psicólogos e colaboradores que atendem em plantões individuais.
O profissional comenta sobre a forma como algumas adaptações precisaram ser feitas para considerar o contexto de pandemia – o que vale para todos os projetos dessa natureza. “No fundo o objetivo do processo é ajudar as pessoas numa travessia. Para ajudar as pessoas a chegar do outro lado desse processo todo, o que se distingue de uma psicoterapia”, explica.
“Uma das especificidades é que os próprios psicólogos também estão passando pela situação que estão escutando. Isso é um complicador bem grande que temos visto no trabalho, e por isso existem redes de apoio e suporte a esses profissionais”, diz Castanho.
Grupos também oferecem acolhimento para profissionais de saúde
Se a saúde mental de qualquer pessoa pode ser afetada durante uma pandemia, o impacto é ainda maior para quem trabalha diretamente com o sistema de saúde . Para amenizar a pressão de médicos, enfermeiros e técnicos que atuam nessa frente, grupos também organizaram um voluntariado específico para esse público.
Entre os exemplos, estão projetos como a rede de apoio Psi, que oferece atendimento online para qualquer lugar do Brasil, e a Sociedade Brasileira de Psicologia de São Paulo, que abriu um espaço para os profissionais da rede pública de saúde. Em ambos os casos, o agendamento é possível preenchendo um formulário.
Além disso, o laboratório Chronos, vinculado ao departamento de psicologia da Universidade de São Paulo, também oferece uma rede de apoio aos profissionais de saúde. A mesma iniciativa é seguida pelo instituto de psicologia APOIAR, vinculado à mesma universidade.