Saúde

Mariliense tenta circuito internacional de Body Building

Mariliense tenta circuito internacional de Body Building

A mariliense Daniela Pavan, 36, participa entre os dias 29 e 31 de maio de 2015 de um dos principais campeonatos de Body Building da temporada: o Arnold Classic, um evento com exposição internacional que pode abrir nova fase na carreira da atleta mariliense. A modalidade, com poucos praticantes na cidade, exige dedicação rigorosa, programa longo e duro de treinos e uma completa reeducação alimentar.

Como o nome sugere, a modalidade é literalmente avaliação da construção do corpo. Os atletas são avaliados pela simetria, definição de músculos, linhas gerais do corpo. Não ganha ter mais músculos ou parecer mais forte. É preciso ser mais simétrico, desenhado, construído mesmo. Dani Pavan tem 1,61m, 60kg e apenas 8,5% de gordura. A competição exige entre 8% e 11%.

A mariliense pratica há oito anos, entrou em ritmo de profissionalização para competir há dois e já participou de três campeonatos. Vai ao Arnold Classic empolgada pela sexta posição no Paulista da categoria, em que concorreu com outras 43 candidatas.

Superou muitos desafios, especialmente escolhas e mudanças pessoais e de alimentação. Nada de açúcar, de massas, de glúten. A cada campeonato, passa dois meses sem consumir nada de sal para não haver retenção de líquidos. “Não pode ter nada de celulite.”


Alimentação tem controle rigoroso

Cortou totalmente álcool da dieta – é fã de vinho tinto – além de queijos – “foi a mais difícil cortar” – em uma relação enorme de alimentos proibidos. Em alguns períodos até frutas saem do cardápio, para evitar a frutose, açúcar dos alimentos.

Para vencer e chegar às competições internacionais terá de mudar ainda mais sua vida e adotar medidas impensáveis para a maioria das mulheres: afinar pernas e perder bumbum. Para isso, vai unir controle alimentar a um programa rigoroso de treinos aeróbicos e menos musculação.

Hoje Dani Pavan compete na categoria Welness Master. No Arnold Classic e no exterior seria atleta para o Body Fitness. Precisa ter músculos definidos, mas braços, pernas e bumbum mais finos e abdômen menos definido. “Neste ano eu competi com abdômen muito definido, não pode ter tanta marcação.”

“Quando comecei não tinha muita pretensão, mas muita gente comentava e eu não me enxergava assim. Comecei a assistir e vi que não estava tão distante daquilo que eu vi nos campeonatos”, conta a atleta.


Dani Pavan em competição

Confira detalhes da preparação da atleta para a competição:

Giromarília – Sua alimentação é bem específica. Como fica vida social, churrascos, almoços em família?

Dani Pavan – A vida social restringe bastante. Não posso ficar em barzinho, consumir nada daquilo. O jeito mais comum é marmita, onde vou levo marmita.

GIROMARÍLIA – Seu marido também treina, acompanha você?

DP – Ele treina mas não profissionalmente. Ele compreende, tem muita paciência.

GIROMARÍLIA – Há um mito em torno da modalidade de que malhação em excesso pode causar perda de feminilidade. Isso te preocupa?

DP – Há uma preocupação constante, a gente corre o risco de perder a noção mesmo. Procuro ouvir muito minha família, meu marido. Eu treino com acompanhamento de nutricionista, treinador especializado, estou sempre de olho. É uma preocupação constante. Acho feio mulher masculinizada, tomo muito cuidado com isso. 

GIROMARÍLIA – Você tem 36 anos. Até quando pensa competir?

DP – Minha categoria envolve mulheres acima dos 30 anos e há competidoras com 45 que estão aí muitos firmes, então posso ter muito tempo, não sei ainda.

GIROMARÍLIA – Pretende viver profissionalmente da modalidade, isso já te dá renda?

DP – Não penso tanto nisso agora. Além de treinar eu estudo educação física, quero trabalhar com treinamento, fazer carreira na área de esporte.

GIROMARILIA – Como é o custo de treinar e competir, especialmente em eventos internacionais?

DP – O custo é alto, envolve muita coisa. Envolve o treino, acompanhamento de diferentes profissionais, alimentação especial, viagens, então fica um custo alto. Por enquanto estamos conseguindo manter. Já tive alguns patrocínios importantes em suplementos alimentares, tive patrocínio em consultoria profissional com o Julio Balestrini, que já venceu o Arnaldo e foi muito bom, mas também acaba com custo alto porque tive de viajar muito.

GIROMARILIA – O patrocinador tem visibilidade?

DP – O Arnold é um evento muito acompanhado, tem TVs abertas, eu mesmo fui entrevistada em 2013 e as competições internacionais têm ainda mais visibilidade.