Saúde

Ministério testa em Marília novo modelo contra mosquito da dengue

Armadilhas usam mosquitos para espalhar larvicidas – Divulgação
Armadilhas usam mosquitos para espalhar larvicidas – Divulgação

Marília foi selecionada pelo Ministério da Saúde para integrar grupo de estudos em seis cidades que vão testar novo modelo de controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Um modelo de armadilhas com larvicidas pretende transformar o próprio mosquito em multiplicador de ações de combate, com transporte dos produtos químicos até criadouros e locais de difícil acesso.

O método usa técnica simples. O larvicida em pó é aplicado sobre cobertura de tecido aplicada em pequenos recipientes com água, procurados pelas fêmeas para depositar ovos. Além do larvicida no local, o sistema faz com que o mosquito adulto transporte larvicida nas patas para outros pontos.

Aproximadamente 2.000 armadilhas disseminadoras do larvicida pyriproxyfen serão instaladas na cidade a partir da próxima semana.

O produto químico já é usado para matar larvas do mosquito em todo o país, porém a forma de utilização é que está sendo inovada.

Os testes feitos em Manacapuru (AM) derrubaram índices de infestação. Em novembro de 2013, os criadouros positivos de larvas atingiam 98% das residências. Em dois anos o índice caiu para 2%.

Além de Marília, o método será testado em Fortaleza, Recife e Natal (Nordeste); Goiânia (Centro-Oeste) e Belo Horizonte (Sudeste).

O projeto inovador é resultado do trabalho de pesquisadores do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e do Instituto Rene Rachou (IRR/Fiocruz Minas), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

A pesquisa na cidade deve durar dois anos. Nesta quinta-feira (23), o diretor do ILMD/Fiocruz Amazônia, Sérgio Bessa Luz, esteve na cidade e participou de uma reunião com supervisores de saúde da Secretaria Municipal da Saúde, pesquisadores locais e técnicos da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), órgão da secretaria de Estado da Saúde.

“O nosso trabalho mostra que os próprios mosquitos podem tratar de forma eficaz desses criadouros. É o mesmo princípio da polinização, mas em vez de pólen, o material transportado é um larvicida, que interrompe o ciclo”, explica.