Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, usou suas redes sociais no sábado (21) para defender o uso de hidroxicloroquina e azitromicina, remédios tipicamente usados no tratamento de malária e doenças respiratórias, no combate ao coronavírus.
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“Tomados juntos, eles têm a chance de se tornarem um dos maiores trunfos na história da medicina”, publicou a autoridade em sua conta oficial no Twitter.
Trump destacou ainda que a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla original), órgão encarregado pela proteção da saúde públicas nos EUA, “tem movido montanhas”, antes de pedir que os medicamentos sejam liberados “imediatamente”. “As pessoas estão morrendo, sejam rápidos, Deus abençoe todos”, postou.
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Na quinta-feira (19), o diretor da agência, Stephen Hahn que participou ao lado de Trump de uma coletiva de imprensa explicou que várias estratégias estão sendo testadas e disse que está considerando administrar cloroquina a grandes grupos de pacientes com coronavírus como parte de um “uso expandido” de um programa de testes clínicos, o que poderia permitir ao FDA coletar dados para medir se a substância de fato funciona.
Brasil quer controle especial dos medicamentos
Na sexta (20), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu enquadrar a hidroxicloroquina e cloroquina como medicamentos de controle especial.
A medida foi tomada devido ao aumento da procura depois que algumas pesquisas indicaram que os produtos podem ser utilizados no tratamento do Sars-Cov-2.
Mas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou a juízes de todo o país um estudo técnico elaborado pelo hospital Sírio Libanês e que aponta incerteza da eficácia do uso da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
“De acordo com o documento, a eficácia e a segurança dos medicamentos em pacientes com COVID-19 é incerta e seu uso de rotina para esta situação não pode ser recomendado até que os resultados dos estudos em andamento possam avaliar seus efeitos de modo apropriado”, diz a nota do conselho.
“O parecer elaborado pelo Hospital Sírio Libanês destaca ainda que ‘a falta deste medicamento para pacientes portadores de doenças para as quais a hidroxicloroquina está formalmente indicada – incluindo doenças crônicas autoimunes como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide – já é uma realidade'”, completa o CNJ.