Saúde

Pacientes vencem câncer de mama e ganham próteses em mutirão

Márcia de Fátima dos Santos, de Pompeia, fará cirurgia – Divulgação
Márcia de Fátima dos Santos, de Pompeia, fará cirurgia – Divulgação

O Complexo Assistencial Famema deu inicio ao pacote de oito cirurgias gratuitas para reconstrução mamária de pacientes que precisaram fazer cirurgias para retiradas totais ou parciais de mama em tratamento contra o câncer.

As oito pacientes foram incluídas em Mutirão Nacional de Reconstrução Mamária promovido pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), por meio da Fundação Instituto Para o Desenvolvimento do Ensino e Ação Humanitária (Ideah), criada para dar suporte às ações humanitárias, de ensino e pesquisa da SBCP, promove os procedimentos em nível nacional.

“A impressão que tenho é que as pessoas estão sempre olhando para mim. Estava sempre incomodada. Já fiz a reconstrução antes, mas devido às sessões de radioterapia tive sequelas e a prótese precisou ser retirada. Desta vez vai dar certo e vida nova”, comemora a paciente Maria de Lourdes Pedroso Giroto, da cidade de Assis, que passará por nova reconstrução mamária após três anos.

Nos últimos cinco anos, a cada 40 minutos, uma mulher é submetida à cirurgia de remoção dos seios para tratamento de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o País.

Toda paciente com câncer de mama que teve a mama retirada total ou parcialmente em decorrência do tratamento, tem o direito de realizar cirurgia plástica reparadora.

Por lei, tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) como os planos de saúde privados são obrigados a realizar essa cirurgia. Porém, na realidade, mulheres chegam a esperar anos para realizar o procedimento.

“Os mutirões visam desafogar a demanda represada no Sistema Único de Saúde. Essa iniciativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica só é possível pelo apoio de empresas que financiem os insumos, como a GC/Eurosilicone, fabricante francesa doadora das próteses mamárias para todas as pacientes incluídas neste mutirão”, destaca o chefe do Serviço de Cirurgia Plástica da Famema, Dr. Hélio de Rezende Paoliello Júnior.

Pouco mais de 800 mulheres deverão passar pelo mutirão de reconstrução mamária em 100 hospitais nos 16 estados participantes. São Paulo será o estado com mais cirurgias realizadas: 211 em 17 hospitais.

São oito em Marília, provenientes dos 62 municípios que integram a Diretoria Regional de Saúde. É o caso de Márcia de Fátima dos Santos, de Pompeia, que passou por todos os exames pré-operatórios e agora fará a cirurgia. “Não aguentava mais de tanta ansiedade. Estou aguardando pela cirurgia há seis anos. Estou muito feliz. O mais difícil já passou”.

“O formato de seleção para o mutirão depende principalmente da condição clínica da paciente. Ao constatar a necessidade de retirada da mama quando a paciente é acometida pelo câncer e submetida às sessões de quimioterapia e radioterapia, existe um período que é considerado normal para que a prótese não seja implantada. Há protocolos que definem a necessidade de prazos para a reconstrução mamária”, explica o cirurgião plástico Luiz Antônio Athayde Cardoso, responsável pelos procedimentos de reconstrução mamária na Famema.

A escolha das pacientes que farão a reconstrução da mama começou a ser realizada em junho. São mulheres que estavam na fila de espera da rede pública e que não possuem plano de saúde que cubra a cirurgia.

Após a seleção inicial, foram realizados atendimentos ambulatoriais e avaliação médica. As pacientes que por algum motivo possuíam contraindicação para a cirurgia.

Mulheres que ainda estão passando por quimioterapia, radioterapia, ou estão em acompanhamento da doença, não têm a liberação do mastologista ou que não estão bem do ponto de vista clínico. Depois dessa etapa, as mulheres realizaram exames pré-operatórios e as selecionadas farão as cirurgias nesta semana.