Estudantes do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Marília (Unimar) discutiram um dos temas mais polêmicos da atualidade: a leishmaniose.
Os futuros profissionais lotaram o Anfiteatro do Bloco 8 (Ciências Agrárias) na noite desta quinta-feira recebendo o gerente de Zoonoses do Laboratório Hertape Francisco Anilton Alves Araújo.
Intitulada “Controle da Leishmaniose Visceral Canina e a Responsabilidade do Clínico Para Mudança de Paradigma” a palestra chamou a atenção dos acadêmicos principalmente ao falar dos mitos e verdades que envolvem o assunto.
“Estou percorrendo o Brasil e tenho visto que a Leishmaniose visceral é a doença mais emergente que acomete cães e em Marília há uma certa preocupação quanto a isso. A leishmaniose é uma zoonose causada pela picada do “mosquito palha” infectado por um protozoário e precisa ser diagnosticada nos cães para tratamento e controle rápido”, explica Araújo.
“Existe há mais de cinco décadas um decreto que ordena o sacrifício de animais contaminados, mas que não é a medida mais eficaz contra a leishmaniose. Embora seja portador do vírus pelo resto da vida, é possível um animal tratado ter uma vida normal e não ser uma ameaça para sua família. Por isso é importante que os futuros profissionais saibam lidar com a situação”, acrescenta.
De acordo com o coordenador do curso, Dr. Fábio Manhoso o evento teve o objetivo de esclarecer e colocar em discussão os principais pontos relacionados à doença.
“Como médicos veterinários precisamos conhecer cada característica da leishmaniose e suas consequências. Precisamos estar preparados para períodos de prevenção e, principalmente, para situações críticas de surto ou descontrole da doença”, finaliza.
A Hertape Saúde Animal possui mais de sete décadas de atuação no mercado de saúde animal. Em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lançou a vacina recombinante contra a Leishmaniose Visceral Canina (LVC).
Araújo, por sua vez, é graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), doutor em Ciência Animal na Universidade Federal de Goiás (UFG), mestre em Medicina Veterinária Preventiva pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre outros títulos.
Entre 1987 e 2012, trabalhou no Ministério da Saúde, no Departamento de Vigilância Epidemiológica, coordenação de Doenças Transmissíveis e responsável técnico pela Vigilância Eco-epidemiológica das Arboviroses. Coordenou o projeto de Estruturação da Rede de Centros de Controle de Zoonoses do Ministério da Saúde no período de 1992 a 2008.