Saúde

Procura por diálise cresce mais que oferta de serviços

Renais crônicos durante sessão de diálise
Renais crônicos durante sessão de diálise

Cerca de 100 mil pessoas fazem atualmente tratamento de diálise em todo o Brasil. O país conta com 750 clínicas habilitadas para prestar esse tipo de serviço – a maioria privada. O número de pacientes cresce mais e mais rápido que a oferta do serviço e o volume de doações também não acompanha as necessidades. O resultado é um quadro de preocupação.

A doença renal crônica atinge 10% da população mundial e afeta pessoas de todas as idades e raças. A estimativa é que a enfermidade afete um em cada cinco homens e uma em cada quatro mulheres com idade entre 65 e 74 anos, sendo que metade da população com 75 anos ou mais sofre algum grau da doença.

“Por enquanto, a gente ainda dá conta da demanda, mas o número de pacientes aumenta mais rápido que o número de clínicas”, alertou a presidenta da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Carmen Tzanno.

No Dia Mundial do Rim, lembrado hoje (12), ela explicou que, nos últimos dez anos, o número de brasileiros em diálise aumentou 134% enquanto o número de estabelecimentos que oferecem o serviço cresceu apenas 40%.

“É uma preocupação porque o Brasil optou pelo direito universal à saúde. Somos hoje 200 milhões de pessoas e há um número muito grande de pacientes precisando desse atendimento.”

Ao cobrar investimentos no setor, Carmen ressaltou que o tratamento de diálise é caro, exige medicação especial e requer mais atenção por parte do governo. “A estimativa é que um em cada dez brasileiros tenha algum grau de lesão renal. Nossa luta é por esses milhões de pessoas que precisam da nossa atenção, pelos 100 mil pacientes que estão em diálise e pelos 35 mil que estão na fila do transplante de rim”, acrescentou.

A diálise permite filtrar o sangue de forma semelhante – mas não com os mesmos benefícios – que o rim e é a única forma de eliminar toxinas e substâncias nocivas que deixam de ser dispensadas pelo organismo.

O Ministério da Saúde informou que o número de serviços de hemodiálise passou de 483, em 2004, para 702, em 2014. De acordo com a pasta, os investimentos no setor no ano passado totalizaram R$ 2,57 bilhões.