Saúde

Santa Casa estimula aleitamento e contato de mães com bebês na UTI

Santa Casa estimula aleitamento e contato de mães com bebês na UTI

Estimular o aleitamento materno, reduzir a mortalidade de recém-nascidos e colaborar com o estoque do Banco de Leite Humano, provocaram criação de um programa exclusivo da Santa Casa de Marilia para apoio a mães com bebês internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal e Infantil.

Um espaço exclusivo para amamentação, coleta de leite para doação e contato de mães e filhos oferece programa único, que envolve as famílias, equipes médicas, profissionais de enfermagem e nutrição, além de funcionárias que também estão em fase de amamentação.

A professora Jackeline de Souza Pereira, 36, mãe pela primeira vez, é uma das beneficiadas. Seu filho, Júlio César, precisou ser internado pouco depois da alta e manter o aleitamento era uma das preocupações da mãe.

“Sempre soube que o leite materno é fundamental para a saúde da criança, por isso fiquei preocupada quando ele veio para o hospital. Foi muito bom saber que existe uma sala de ordenha, que há profissionais especializados para nos instruir e que a amamentação não será interrompida”, disse a mãe.

Além do aleitamento, o espaço permite o método “mamãe canguru”, que consiste em manter os corpos da mulher e do bebê em contato direto para que o recém-nascido sinta o calor da mãe. Além de preservar os vínculos, a prática contribui para o desenvolvimento do paciente.

A médica Cristiane Bende Mustafá, especialista em medicina intensiva pediátrica, explica que tanto o aleitamento materno  quanto o método canguru estão descritos em protocolos como práticas fundamentais para a saúde do bebê. A relação de benefícios é extensa.

“A amamentação contribui para a imunidade e também é importante para a prevenção da alergia alimentar. Já o canguru, favorece a manutenção da temperatura do corpo e acelera o ganho de peso. Adotamos essa técnica assim que o quadro clínico do paciente permite”, afirma.

A auxiliar de nutrição Luciana Alzane Rufin, que integra o SND (Serviço de Nutrição e Dietética), explica que muitas mulheres chegam ao hospital angustiadas, com dores nas mamas,  alterações provocadas pela produção de leite (quando não são realizados os procedimentos corretos) e dúvidas sobre a alimentação dos bebês.

O primeiro atendimento é feito pela equipe médica e de enfermagem. Em seguida, elas são encaminhadas para o serviço de nutrição e passam a fazer a ordenha. Na maioria dos casos, o leite materno precisa ser retirado cinco ou seis vezes por dia.

Todo material coletado é encaminhado ao Banco de Leite de Marília e pasteurizado, antes de voltar para os bebês. Atualmente, a Santa Casa conta com seis leitos para neonatos. Por protocolo, o  aleitamento pela própria mãe só deixa de ser feito se houver condição clínica desfavorável do paciente ou da mulher.

A Santa Casa também estimula o aleitamento materno e a doação ao banco de leite humano entre as funcionárias, que também utilizam a sala de ordenha. “Com esse acolhimento, felizmente, a grande maioria das mulheres amamenta seu próprio filho e uma parte destas mães consegue, inclusive, doar o excedente e ajudar outras mulheres que têm bebê internado e não podem amamentar”, explica Luciana.