Os serviços de saúde precisam mudar abordagem em tratamentos contra tabagismo, entender melhor as experiências e lutas únicas de cada fumante e desenvolver uma ampla gama de soluções que permitem a cada fumante encontre o método que melhor funciona para ele nas ações para combater o vício.
A conclusão é de uma grande pesquisa realizada em nível mundial com fumantes e que incluiu entrevistas no Brasil. Os resultados foram divulgados nesta segunda-feira pela Foundation for a Smoke-Free World, fundação para mundo livre de fumaça em tradução livre, que ouviu 17.421 fumantes. A pesquisa mostra informações conhecidas pela maioria dos fumantes, como o vínculo do tabaco com atividades rotineiras que dão prazer: refeições, momentos de lazer, consumo de álcool.
A pesquisa também destaca o conhecimento sobre os danos causados pelo tabagismo e como suas percepções sobre cigarros, produtos alternativos e nicotina influenciam sua motivação para se afastar do ato de fumar. Os resultados vão moldar o desenvolvimento da pesquisa para determinar as melhores soluções para acelerar o fim do tabagismo em diversas culturas e condições econômicas.
O estudo foi realizado pelo Instituto Kantar Public em 13 países: Brasil, França, Grécia, Índia, Israel, Japão, Líbano, Malawi, Nova Zelândia, Rússia, Sul África, Reino Unido e Estados Unidos.
As principais conclusões foram:
– Fumar não é um hábito isolado. Fumantes consideram o ato de fumar algo profundamente integrado com os prazeres básicos da vida, como comer, beber e socializar. Os métodos tradicionais para parar de fumar não levam em conta isso e, como resultado, fumantes continuam a fumar.
– Os fumantes sabem que o tabagismo é prejudicial e muitos consideram sua saúde mais fragilizada se comparada aos não-fumantes. Mesmo assim, não buscam profissionais de saúde ou soluções médicas. O sistema de saúde precisa criar um melhor engajamento com fumantes e os profissionais de saúde precisam de ferramentas mais eficazes para ajudar os fumantes a abandonarem o cigarro.
– Existem dúvidas entre os fumantes sobre os danos relativos ao tabagismo e alternativas menos nocivas. Enquanto as pessoas “fumam pela nicotina, mas morrem do alcatrão”, ainda existe uma percepção equivocada considerável sobre os riscos da nicotina. Isso afeta sua motivação para parar de fumar ou tentar produtos alternativos de risco reduzido.
“Espero que esta pesquisa ajude muitos do um bilhão de fumantes do mundo a parar de fumar, desencadeando uma discussão significativa sobre as razões profundamente complexas pelas quais tantas pessoas continuam a fumar e deixar clara a necessidade urgente de desenvolver comunicações e intervenções mais eficazes para ajudá-los a parar de fumar ou diminuir os riscos relacionados”, afirma Derek Yach, presidente da Foundation for a Smoke-Free World.
“Ao entender melhor os principais fatores por trás das razões pelas quais as pessoas começam a fumar, as barreiras para desistir e as motivações para parar, podemos ajudar a reduzir as consequências negativas para a saúde para muitos que estão presos na dependência de produtos de tabaco combustíveis.”